Ensino Estadual

Professores de SP preveem indicativo de greve em assembleia em março

Presidenta da Apeoesp reivindica melhores salários, denuncia superlotação e superexploração dos professores temporários

Ato no último dia 29 reuniu cerca de 5 mil professores em frente à Secretária Estadual de Educação

São Paulo – Professores da rede estadual de São Paulo devem anunciar greve a partir de 13 de março, quando se realiza a assembleia estadual da categoria. A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a Bebel, em entrevista à Rádio Brasil Atual hoje (3), acusa o fechamento de turmas, a perda de coordenadores pedagógicos e a consequente superlotação das salas de aula. “Desde que o PSDB governa o estado de São Paulo, eles nunca abriram a mão para a educação. Pelo contrário, é sempre uma mão pesada.”

A Apeoesp realizou ato público na semana passada, em que explicitava as pautas de reivindicações por melhores condições de trabalho e salários. “Esse ato foi resultado desse descontentamento, dos professores que ficaram sem aula, ou que pegaram aulas mas vão pular por várias escolas, e quem ficou com aula, enfrenta a superlotação”, afirma Bebel.

“A gente vem, há um tempo, dizendo que ninguém pode dar uma boa aula com 40 alunos por sala, podendo chegar até a 50.” A presidenta da Apeoesp denuncia também a redução de 104 mil matriculas, nas redes estadual e municipais. “É muito jovem, muita criança fora da escola. Dizer que foram para a rede privada não é verdade. Não adianta falar de ensino em tempo integral se o jovem não está na escola.”

Outra pauta que compõe o cenário de greve é a inexistência de uma política de valorização dos salários dos professores. “Nossos salários vêm com reajuste zero para esse ano”, assinala Bebel.

A presidenta do sindicato chama a atenção, ainda, para a situação dos professores temporários, a chamada categoria O. “Essa forma de contratação é escravagista. Esse profissional não tem direito a nada. É um profissional, que além de trabalhar um ano inteiro, o que parece um pecado, no ano posterior ele não pode voltar e fica desempregado.”

Além de todas essas questões, Bebel prevê ainda um agravamento das condições com a iminente falta de água. “O secretário diz que haveria um plano de contingência, mas não soube me dizer qual. Agora, eu pergunto, como vai haver um plano se não respondem à demanda de toda a sociedade?”, questiona.

Ouça a entrevista completa da Rádio Brasil Atual: