caso de polícia

Procuradoria estadual pede reintegração de posse de escola ocupada em Pinheiros

Estudantes ocupam, desde ontem (10), a Escola Estadual Fernão Dias Paes em protesto contra plano de reorganização imposto pelo governo

DANILO RAMOS / RBA

Com mais policiais do lado de fora do que alunos dentro, segue ocupação da E.E. Fernão Dias Paes, em Pinheiros

São Paulo – O Sindicato dos Professores do Ensino Ofical de São Paulo (Apoesp) e o deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol) afirmaram que a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo entrou hoje (11) com pedido para reintegração de posse da Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, zona oeste da capital. Se o pedido for aceito, a desocupação deverá ser cumprida ainda hoje. Dois defensores públicos estão no local para coibir eventuais violações de direitos humanos pela PM no momento da desocupação.

Os estudantes protestam contra a reorganização do ensino imposta pelo governo Alckmin, que anunciou o fechamento de 94 unidades por todo o estado. O pedido ainda precisa ser julgado pela Justiça.

Dois quarteirões em frente à escola permanecem ocupados por alunos, professores e movimentos estudantis e sociais, como a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) e o MTST (sem-teto). O deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol) também se encontra nas imediações.

“Vamos ficar por quanto tempo durar a ocupação. A luta dos estudantes é legítima, pois têm direito à educação”, afirma Vagner Souza, coordenador do MTST.

“Estamos aqui para, caso aja a reintegração, tentar que o governo negocie de forma pacífica com os estudantes, e evitar que haja violência policial contra os jovens. Eles estão prestando um serviço para a educação pública”, afirma Gianazzi.

Com palavras de ordem, os estudantes afirmam que, se decidirem pela reintegração, outras duas escolas serão ocupadas, em movimentos sucessivos. Vizinhos e pessoas que passam pelo local também se solidarizam e oferecem água aos alunos que permanecem dentro da escola

Um professor da E.E. Fernão Dias Paes, que não quis se identificar, diz que “os alunos não conseguiram diálogo com a Diretoria Regional de Ensino, nem com a secretaria estadual de Educação. Essa foi a forma que encontraram de fazer frente ao fechamento imposto pelo governo”.

A escola permanece isolada, com forte aparato policial. Mais de 100 homens da Polícia Militar impedem qualquer aproximação. Durante uma tentativa de entrar na escola, uma aluna da e um militante da Upes foram atacados com spray de pimenta.