Prefeitura de São Paulo reduz vagas para jovens e adultos em rede municipal de ensino

Ações estratégicas do Plano Diretor são deixadas no papel

São Paulo – Hoje (13) é o décimo aniversário do Plano Diretor de São Paulo. Após dez anos de sua formulação, a educação na rede municipal de ensino ainda padece de graves problemas estruturais. O analfabetismo atinge 283 mil pessoas acima de 15 anos na capital. Enquanto isso, a prefeitura reduziu em quase 50% as vagas para jovens e adultos na rede de ensino.

Os Centros de Educação Unificados (CEUs), perderam também sua proposta inicial de integrar cultura, ensino e esportes nas comunidades em que foram construídos, como explica a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Lisete Arelaro. “A proposta destes centros era interessantíssima, mas hoje as atividades são poucas e eles deixaram de ser um centro de reunião para a comunidade”, diz em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Arelaro ressalta que a primeira ação estratégica do Plano Diretor de São Paulo foi descumprida. “A primeira ação proposta era a realização de um Censo educacional para identificar as demandas existentes. E isso não aconteceu, o último Censo Escolar, feito de casa em casa, foi feito em 1970”.

Em relação à redução das vagas para jovens e adultos fora da idade regular, a professora da USP entende que há um empobrecimento das oportunidades na rede de ensino. “Antes havia centros de educação para jovens e adultos que ofereciam possibilidades variadas de cursos técnicos integrados com a sua formação. Hoje há praticamento um só curso, o de informática”, diz.

Denise Carreira, da Ação Educativa, ONG especializada em políticas educacionais, analise que a educação de jovens e adultos não se constitui como prioridade para os governos. “É necessário que haja uma política que promova um modelo flexível e de qualidade, que faça sentido na vida dessas pessoas”.

Ouça aqui a reportagem de Lúcia Rodrigues.