Movimentos sociais

Manifesto: ‘Exigimos de Alckmin a saída do secretário da Educação e do chefe de gabinete’

'Governador, a sociedade já escolheu! Não quer o fechamento, nem a desorganização das escolas!' Manifesto ressalta necessidade de governador abrir diálogo sobre a educação pública

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Manifesto alerta para ações policiais ilegais e violentas contra estudantes secundaristas nas ocupações

São Paulo – Manifesto assinado pelo Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, que reúne cerca de 50 organizações de todo o estado, divulgado na noite de ontem (30), exige do governador Geraldo Alckmin (PSDB) a demissão do secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e de seu chefe de gabinete, Fernando Padula Novaes, além de repudiar a proposta de reorganização do ensino público.

“A sociedade pede um basta ao governo Alckmin e suas políticas que pioram a condição de vida do povo mais pobre”, diz o documento, para fundamentar a reivindicação de exoneração do secretário e seu braço-direito.

O manifesto alerta e acusa o secretariado a incentivar ações policiais violentas contra estudantes secundaristas que protestam e pedem diálogo com o governo sobre as medidas, por meio das ocupações de escolas. “No dia 29 de novembro, um áudio vazou pela internet com a fala de Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação, incentivando “ações de guerra” e reforçando a pressão da PM”.

O fórum convoca ainda a população a apoiar o movimento dos estudantes da rede pública paulista. “Reiteramos nosso compromisso e chamamos a todos/as os/as defensores/as da educação pública, gratuita e de qualidade, a cerrarem fileiras com os estudantes, apoiando as ocupações”.

Leia a íntegra do manifesto:

Nós, do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, manifestamos preocupação com a grave situação pela qual passa a educação paulista, a partir da imposição do Governo do Estado de São Paulo de reestruturar o ensino e fechar pelo menos 92 escolas.

Não houve nenhum diálogo com a população paulista por meio da Secretaria de Educação de São Paulo, do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e, diante disso, os estudantes e a comunidade escolar passaram a ocupar as unidades como forma de explicitar a indignação com esse projeto.

Além disso, no dia 29 de novembro, um áudio vazou pela internet com a fala de Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação, incentivando “ações de guerra” e reforçando a pressão da PM. Ele coloca a polícia como instrumento para amedrontar estudantes, pais, mães e organizações de apoio como forma de desmobilizar a luta.

Repudiamos a violência e ações ditatoriais de perseguição que a PM de São Paulo tem adotado nas escolas da capital e do interior. Inúmeras são as denúncias postadas nas redes sociais e compartilhadas entre grupos que lutam por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Há uma criminalização da luta dos estudantes e dos movimentos sociais que os apoiam, demonstrando truculência e desrespeito aos direitos humanos, das crianças e dos adolescentes. Em detrimento do diálogo, o Governo do Estado de São Paulo prefere se valer das forças policiais para ameaçar e reprimir as ocupações, além de processos com pesadas multas aos sindicatos e entidades estudantis.

Diante disso, manifestamos nosso total apoio à luta dos estudantes, jovens e comunidade escolar nas ocupações. Manter ocupadas 225 escolas (até o momento) no Estado de SP não é obra de um ou outro movimento social ou sindical. A sociedade pede um basta ao governo Alckmin e suas políticas que pioram a condição de vida do povo mais pobre.

Exigimos a exoneração do atual secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, bem como de seu chefe de gabinete, Fernando Padula Novaes.

Por fim, reiteramos nosso compromisso e chamamos a todos/as os/as defensores/as da educação pública, gratuita e de qualidade, a cerrarem fileiras com os estudantes, apoiando as ocupações. Apoiar a resistência nessas inúmeras escolas ocupadas é o nosso compromisso com o povo paulista.

São Paulo, 30 de novembro de 2015

Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.

Afuse (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação de São Paulo)

Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)

Centro Acadêmico XI de Agosto

CMP (Central de Movimentos Populares) Coletivo de Luta Pela Água

CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras)

Consulta Popular

CPT (Comissão Pastoral da Terra)

CRECE (Conselhos dos Representantes dos Conselhos de Escola),

CUT Nacional

CUT São Paulo

CTB São Paulo

FACESP (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo)

FAF (Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo) FETAM (Federação dos Trabalhadores na Administração e do Serviço

Público Municipal no Estado de São Paulo)

FETEC (Federação dos Bancários da CUT)

FETQUIM (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de SP)

FETSS (Federação dos Trabalhadores em Seguridade Social no Estado de SP)

FLM (Frente de Luta por Moradia)

FNSA (Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental) FNU (Federação Nacional dos Urbanitários)

Frente Estadual Contra Redução da Maioridade Penal

FUP (Federação Única dos Petroleiros) Levante Popular da Juventude

MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) Marcha Mundial de Mulheres

MPT (Movimento de Moradia Para Todos)

MSTL (Movimento Sem Terra de Luta)

MPA (Movimento de Pequenos Agricultores)

MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) MTD-SP (Movimento dos Trabalhadores Desempregados) MUHAB (Movimento Unidos pela Habitação)

Rede Nossa São Paulo

SEPESP (Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo) Sindicato dos Bancários de São Paulo

Sindicato dos Bancários do ABC Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Sindicato dos Químicos de São Paulo

SINDIPETRO (Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo)

SINDSAÚDE-SP (Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de SP)

SINDSEP (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo)

SINPSI (Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo)

SINSEXPRO (Sindicato dos Trabalhadores das Autarquias de Fiscalização do Exercício Profissional e Entidades Coligadas no Estado de São Paulo)

SINTEPS (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza) SIFUSPESP – (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo)

SITRAEMFA (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo)

UBM (União Brasileira de Mulheres)

UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo) UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas)

UJS (União da Juventude Socialista)

UMM (União do Movimento de Moradia) UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)

UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas)