Exemplo

Morre a educadora Lisete Arelaro, defensora do ensino público no Brasil

Professora foi candidata ao governo paulista e participou de gestões municipais, inclusive com Paulo Freire

Reprodução
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Lisete Regina Gomes Arelaro, que faria 77 anos em maio, foi professora, gestora pública e militante da educação

São Paulo – A professora Lisete Arelaro, de 76 anos, morreu na noite de ontem (12) em São Paulo. Ela se tratava de um câncer. Nascida em Campinas, no interior paulista, completaria 77 em 30 de maio. Em 2018, a educadora concorreu ao governo paulista pelo Psol (recebeu 507 mil votos). Também foi secretária da Educação em Diadema, na região do ABCD paulista (1993/96 e 2001/02), e diretora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP, de 2010 a 2014). A informação foi confirmada pelo presidente do partido, Juliano Medeiros: “Uma das maiores lutadoras em defesa da educação pública do Brasil”.

Lisete, que também foi filiada ao PT, integrou a equipe de Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação em São Paulo, durante a gestão de Luiza Erundina na prefeitura (leia entrevista aqui). “Lisete era essencialmente uma guerreira”, escreveu o professor Daniel Cara. “E era guerreira em todas as esferas da vida: como mulher, mãe, professora, amiga, militante, pesquisadora.”

Lisete trabalhou com Paulo Freire na Secretaria de Educação paulistana (Faculdade de Educação/USP)

Em janeiro, já debilitada, a educadora usou as redes sociais para protestar. Manifestou indignação pela demissão de uma professora no município de São Caetano do Sul, que se opôs, ainda em 2021, ao retorno das aulas presenciais durante um período agudo da pandemia. “Mesmo aqui, tratando de minha saúde, não poderia deixar de fazer este apelo ao prefeito e toda autoridade para que isso se reverta. E que a vida, o magistério, o servidor público e todos os bons valores sejam respeitados”, escreveu Lisete no Instagram.

A deputada estadual Professora Bebel (PT) também se solidarizou. “Fará muita falta na luta pela educação pública e pelos direitos do nosso povo”, escreveu a parlamentar, que é presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Várias entidades manifestaram pesar, como a própria Faculdade de Educação da USP e o Sintusp, sindicato dos trabalhadores da universidade, além de parlamentares, educadores e ativistas.