Greve nacional

Educação vai às ruas pela paz nas escolas e revogação do Novo Ensino Médio

Organizado pela CNTE, dia nacional de mobilização teve atos, passeatas e conversas em portas das escolas para a conscientizar a população

Roberto Parizotti/CUTSP
Roberto Parizotti/CUTSP
Em São Paulo, professores e estudantes se reuniram em frente ao Masp, na Avenida Paulista

São Paulo – Profissionais da educação e estudantes pararam atividades nas capitais e grandes cidades nesta quarta-feira (26) para pedir em atos públicos a revogação do Novo Ensino Médio, a valorização da Educação e a paz nas escolas. Organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), este dia nacional de mobilização integra a 24ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública. Estão entre os temas principais do evento a luta pela anulação da chamada reforma do ensino médio, assim como pelo cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério Público.

O dia de mobilização teve muita panfletagem e conversas nas portas das escolas para a conscientização da população. E atividades nas ruas, com montagem de barracas nas praças centrais e passeatas em diversas capitais, além de concentrações diante de sedes de governo e assembleias legislativas. Terminou com grandes atos, como na Avenida Paulista, em São Paulo, e na Candelária, no Rio de Janeiro, entre outras localidades.

Em rede social, a União Nacional dos Estudantes Secundaristas (Ubes) destacou a importância da mobilização. “A nossa luta unificou, é estudante junto com professor! Estudantes em todo o país se juntaram aos educadores na greve nacional da educação. Vamos juntos pela revogação do novo ensino médio e por uma educação com a nossa cara!”

Não há saída para o Novo Ensino Médio, diz CNTE

De acordo com a secretária de Assuntos Educacionais da CNTE, Guelda Andrade, o NEM representa um ataque ao futuro do país. Isso porque impõe um modelo educacional incapaz de “preparar os estudantes para uma vida digna”.

“Além de negar conhecimentos básicos, esse modelo oferece uma proposta de profissionalização que busca formar uma mão-de-obra barata exclusivamente para atender demandas imediatas do mercado. Mas, nós, pais, mães, profissionais de educação e estudantes não podemos mais aceitar que o mercado seja o único norte para ditar as políticas públicas dos países”, disse.

A revogação da medida depende de uma lei a ser enviada ao Congresso Nacional pelo governo federal. A CNTE defende que o Fórum Nacional de Educação, reconstituído pelo Ministério da Educação (MEC) discuta e apresente uma proposta de ensino médio. O Fórum é constituído por representantes de diversos setores.

O pagamento do piso salarial é outra reivindicação de interesse não só da categoria. Afinal, a qualidade da educação está relacionada a professores adequadamente remunerados. Apesar de determinação da Lei 11.738/2008, muitos estados e municípios não respeitam o piso. Muitos deles buscam mecanismos para burlar a obrigação, segundo a CNTE.

“A educação pública no Brasil é responsável por mais de 80% das matrículas na educação básica. E mesmo assim, os trabalhadores do setor não são respeitados”, disse o presidente da confederação, Heleno Araújo.

Confira imagens