Prioridades

MEC anuncia liberação de R$ 250 milhões para obras paradas de escolas

Recursos para obras paradas virão do FNDE, o mesmo fundo que foi usurpado por pastores no governo Bolsonaro, acusados de cobrar propina para acesso de prefeituras

ONG Transparência Brasil
ONG Transparência Brasil
"Existem obras paralisadas há 15 anos, há dez anos, que podem ser recomeçadas agora", disse Lula

São Paulo – O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou hoje (9) a liberação de R$ 250 milhões para obras em escolas no país. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e atenderão 1.236 obras paradas nas 27 unidades da Federação. Ainda nos primeiros dias de governo Luiz Inácio Lula da Silva, a nova gestão apontou como prioridade sanar o problema com construções inacabadas.

O Brasil tem 4 mil obras paradas apenas entre escolas e creches. Em todos os setores, o governo Lula herdou 14 mil. “O presidente já quer retomar, andar, inaugurar obras no país, inaugurar creches, escolas, enfim, nós estamos fazendo tudo numa programação para que em breve ele possa percorrer estados brasileiros, municípios brasileiros, entregando obras importantes para a população na área da educação”, disse Santana, ainda em janeiro.

A decisão de hoje é o primeiro passo, indica o ministro. Em reunião ontem, do Conselho Político da Coalizão, Lula reforçou a intenção de acelerar as obras estatais. “Existem obras paralisadas há 15 anos, há dez anos, que podem ser recomeçadas agora, porque já têm projetos aprovados, porque já estão semiacabadas. O dado concreto é que a gente vai tentar concluir tudo aquilo que ficou parado. E a gente não quer saber de quem é a obra e em que período de governo foi feita”, disse.

De acordo com análise do TCU, o total de obras escolares paralisadas é de 3.993. O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro deixou um legado de desmonte no setor. No ano passado, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso acusado de um esquema de liberação indevida de verbas do ministério. Investigações apontaram que ele privilegiaria um conjunto de pastores a acessar dinheiro do FNDE, que hoje servirá para concluir obras.