São Paulo – A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) está em campanha para incentivar os estudantes a se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Chamada de #EnemAbrePortas, destaca que a prova é a principal porta de entrada para o ensino superior. “A entrada no ensino superior pode transformar sua vida. As inscrições para o Enem estão abertas até o dia 16 de junho, no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

“Faça o Enem e abra novas possibilidades!”, pede a Ubes em mensagem postada em sua rede social. Além de abrir as portas do ensino superior a milhares de jovens, o Enem proporciona acesso a programas como Sisu, Prouni e Fies.

O exame avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Em 2023, as provas serão aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro. Como lembra a Ubes, nos últimos anos – com o governo de Jai Bolsonaro – vêm sendo registradas quedas significativas nas inscrições. Em 2022, foram apenas 3,3 milhões de candidatos inscritos. Em 2017, haviam sido mais de 6 milhões de inscritos confirmados.

Grande conquista

A presidente da Ubes, Jade Beatriz, afirmou em nota que a entidade quer reforçar a importância do Enem para que os estudantes realizem o sonho de entrar na universidade. “O exame é uma grande conquista para educação, para a democratização do ensino, por isso, a juventude, os estudantes, devem realizá-lo”, disse.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) também está na campanha. “A preparação é importante, mas a primeira etapa é se inscrever! Não deixe essa oportunidade passar. Faça sua inscrição no Enem e dê o primeiro passo para um futuro promissor! #Enem2023”, pediu a entidade, em uma série de postagens no Twitter.

O Enem foi criado em 1998, para avaliar a qualidade do ensino médio no país. A prova só passou a ser a “porta de entrada” ao ensino superior em universidades públicas brasileiras em 2004, quando o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Em janeiro de 2010, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foi desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) para os candidatos se inscreverem as universidades públicas.

Interferência fascista

Com o governo de Jair Bolsonaro (PL), a importância do Enem decaiu e a crise se instalou no sistema responsável pela organização do exame, com dezenas de pedidos de exoneração de servidores do Inep. Eles denunciaram a pressão e a “fragilidade técnica” da cúpula da autarquia responsável pelas provas. Na época, Bolsonaro afirmou que a prova ia “ter a cara” do governo. A tentativa era censurar e interferir nas provas.