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Enem deve ser adiado em escolas ocupadas

Data estipulada pelo Ministério da Educação para a desocupação das escolas que sediariam o Enem termina nesta segunda-feira. Pasta pensa em adiar provas

arquivo/ebc

De acordo com informações preliminares, cerca de 300 escolas serão afetadas com o adiamento

São Paulo – O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC), reafirmou hoje (31) que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode não ser aplicado em algumas escolas conforme o programado devido às ocupações estudantis. A informação definitiva será anunciada amanhã, já que às 23h59 desta segunda-feira esgota o prazo estipulado pelo ministério para a desocupação dos colégios.

O Enem, um dos maiores processos seletivos para universidades do mundo, será aplicado neste final de semana (5 e 6). As datas foram confirmadas pelo Inep, que aguarda um relatório do Consórcio Aplicador de Exames para saber quais escolas terão a aplicação da prova cancelada. Os alunos que foram designados para realizar o Enem nestes locais serão direcionados para outra data. Ventila-se a possibilidade dos dias 6 e 7 de dezembro, data em que os vestibulandos detidos passarão pela prova.

“O Inep receberá até as 12h desta terça-feira, 1º de novembro, um relatório informando a situação de todos os 16.476 locais de aplicação do Enem 2016 e consolidará uma lista final dos locais em que não serão aplicadas as provas em função das ocupações”, afirmam em nota. De acordo com informações preliminares, cerca de 300 escolas serão afetadas.

Segundo levantamento da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), 1.197 escolas estão ocupadas em todo o país. A maior parte delas no Paraná. Os jovens estão mobilizados contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que tramita no Senado, e se colocada em prática, limitará os gastos da União em áreas como saúde e educação por 20 anos.

Outra pauta alvo de protestos dos estudantes é a chamada reforma do ensino médio, que foi proposta por meio da Medida Provisória (MP) 746. Ambos os projetos são de autoria do governo Michel Temer (PMDB). Entre as polêmicas da MP está a fragmentação do ensino que pode tirar do currículo matérias como Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Física, além de abrir brechas para a implementação da criminalização e censura do debate político nas escolas, o chamado Escola sem Partido.