Reorganização

Para secretário de Alckmin, problema da ‘reorganização’ é de comunicação

Chefe da Casa Civil do governador afirma que manifestações contra a reorganização são fruto 'de falhas de comunicação' e diz que governo proporá audiência pública

Reprodução/TV Globo

Para secretário da Casa Civil, não faltou debate. O problema é “falha de comunicação”

São Paulo – O secretário da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido, anunciou hoje (3), em entrevista ao jornal SPTV, da Rede Globo, que as manifestações de estudantes contrários à reorganização ocorrem devido a “falhas de comunicação”.

E que para corrigi-las, evitando novas ocupações e restabelecer o funcionamento das escolas, o governo vai realizar audiência pública para “dialogar” com estudantes e pais, em especial das escolas onde há ocupações, nas quais não haveria entendimento da comunidade sobre os pontos da reorganização, já em curso.

Sem ser questionado pela reportagem, Aparecido diz “vamos seguir dialogando, e discutir com os críticos sobretudo onde (os pontos da reorganização) estão sendo questionados”, como se houvesse diálogo. “A desocupação de escolas é graças ao diálogo”.

De acordo com Aparecido, a reorganização foi amadurecida durante “um bom tempo” e 96% de toda a rede está reorganizada. “Nas escolas invadidas está sendo cumprido o cronograma de reorganização”.

Aparecido disse serem legítimas as manifestações estudantis mas que o governo não pode admitir que grupos de fora do estado queiram criticar a reorganização. E que a questão é de estado, não mais de Educação. “Se transformou em questão de estado por conta da conotação política que passou a ter. Não é possível que gente de fora do estado, que quer fazer luta partidária, venha atrapalhar nossa cidade”.

A Casa Civil de Alckmin ainda não tem detalhes sobre datas e locais para essas audiências.

Desde a última terça-feira, os estudantes intensificaram manifestações nas ruas, avenidas e até rodovias. Na terça, houve repressão policial, com uso de bombas de efeito moral, na avenida 9 de Julho, região central da capital.

Ontem pela manhã, estudantes fecharam a avenida Doutor Arnaldo, na região de Pinheiros, e o cruzamento da avenida Rebouças com a rua Henrique Henrique Schaumann à tarde. À noite, ocuparam a Avenida Paulista. Pelo menos quatro alunos foram detidos.