Dilma sanciona lei que reserva 50% das vagas nas federais para alunos de escola pública

Dilma vetou apenas artigo que mantinha Enem como principal critério de seleção (Foto:Roberto Struckert Filho/Planalto) São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff sancionou hoje (29) a lei que regulamenta o […]

Dilma vetou apenas artigo que mantinha Enem como principal critério de seleção (Foto:Roberto Struckert Filho/Planalto)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff sancionou hoje (29) a lei que regulamenta o sistema de cotas raciais e sociais nas universidades públicas federais em todo o país. De acordo com a lei, 50% de todas as vagas dessas instituições serão preenchidas com base nas cotas. Dilma vetou apenas um artigo do projeto aprovado pelo Senado no início de agosto, com o intuito de manter o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como principal critério de seleção.

As universidades e institutos federais terão quatro anos para implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido pela lei, mesmo as que já adotam algum tipo de sistema afirmativo na seleção de estudantes. As regras e o cronograma para a transição serão estabelecidos pela regulamentação da lei, que deve sair ainda este ano, a tempo de garantir a entrada da lei em vigor no ano que vem.

“A importância desse projeto e o fato de nós sairmos da regra e fazermos uma sanção especial tem a ver com um duplo desafio. Primeiro é a democratização do acesso às universidades e, segundo, o desafio de fazer isso mantendo um alto nível de ensino e a meritocracia. O Brasil precisa de fazer face a esses dois desafios, não apenas a um”, afirmou a presidenta.

A lei de cotas modifica o sistema de divisão de vagas das universidades federais aplicado atualmente. Hoje, a maioria das instituições utiliza algum sistema de cota social, racial ou de gênero, e terão que adotar o modelo único. A lei não modifica o sistema de adesão nas universidades estaduais nem nas particulares.

“Essa lei vai permitir que 88% dos estudantes brasileiros, que estão nas escolas públicas, tenham melhores condições de ingressar nas universidades públicas”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A regulamentação deverá criar, entre outros mecanismos, medidas para compensar eventuais diferenças entre alunos que ingressaram pelas cotas e os egressos do sistema universal, de acordo com o ministro.

Os critérios para as vagas

A reserva das vagas será dividida meio a meio. Metade das cotas, ou 25% do total de vagas, será destinada aos estudantes negros, pardos ou indígenas de acordo com a proporção dessas populações em cada Estado, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, os critérios da chamada “cota racial” vão variar de uma universidade para a outra. Os outros 25% das cotas serão destinados aos estudantes que tenham feito todo o segundo grau em escolas públicas e cujas famílias tenham renda per capita até um salário mínimo e meio.

Com informações da Agência Brasil e da Carta Capital