Em São Paulo

CPI da Merenda ouve mais dois envolvidos em fraude que beneficiou cooperativa

Um deles, funcionário da Secretaria estadual de Educação, teria auxiliado a Coaf a fraudar licitações. O outro seria intermediador do esquema com prefeituras

Rovena Rosa/Agência Brasil

Funcionário da Educação elaborou preço do suco de laranja em licitação com base em apenas dois orçamentos

São Paulo A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa paulista que apura superfaturamento e pagamento de propina em contratos da merenda escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) ouve amanhã (26), a partir das 9h, mais dois supostos envolvidos nos esquemas. Um, funcionário da Secretaria da Educação, teria validado licitação fraudulenta, e o outro seria o responsável por estender o esquema a prefeituras do interior do estado.

Yuri Keller integra comissão da Secretaria da Educação responsável por avalizar licitações e contratos. Em 2014, ele foi responsável pela avaliação da chamada pública que contratou a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), tida como pivô do esquema.

Segundo apurações preliminares da Operação Alba Branca e da Corregedoria da Administração Pública do Estado, Yuri burlou regras de processo de seleção ao elaborar o preço do suco de laranja com base em apenas dois orçamentos. Ele teria suspendido uma das etapas da licitação para que a Coaf pudesse se readequar às exigências e participar da disputa. E também teria feito vista grossa para documentos falsos e irregulares apresentados pela empresa.

O outro depoente, Sebastião Misiara, é presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo (Uvesp). Ele teria sido responsável pela mediação de contratos com prefeituras. Entre as destacadas estão Santos, Barueri, Cotia e Americana, além da Secretaria estadual da Educação.