Fechamento de escolas

Contra ‘reorganização’ de Alckmin, alunos fizeram ato em diretoria de ensino em Americana

Truculência da PM, que estava fortemente armada, dispersou a rápida manifestação que acabou com dois alunos detidos; estudantes prometem novo ato amanhã (12)

São Paulo – Ao menos 250 alunos do ensino médio da rede estadual estiveram na manhã de hoje (11) no pátio da Diretoria de Ensino de Americana, no interior paulista. Organizados por grêmios estudantis de duas escolas, eles foram ao órgão da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo para protestar contra a “reorganização” da rede pública de ensino imposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

O projeto do governo, que admite fechar 94 escolas, foi anunciado pelo secretário Herman Voorwald em 23 de setembro. Desde então, estudantes de todo o estado passaram a protestar contra a medida. Os atos foram intensificados nesta semana, quando muitos alunos constataram que terão de mudar de escola.

Desde a manhã de ontem, a Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, na capital, está ocupada por estudantes. A manifestação, que tem apoio de sindicatos e movimentos sociais, segue tensa. Em Diadema, a Escola Estadual Diadema está ocupada desde a noite de segunda-feira (9).

Os estudantes afirmaram que a reorganização não foi democrática e que as salas ficarão ainda mais lotadas. Segundo eles, uma escola vai concentrar alunos vindos de outras três. Eles reclamam também da distância que terão para estudar com a reorganização.

“Quando os alunos chegaram, já estavam no local guardas municipais e sete viaturas da Polícia Militar, com homens armados. Era uma manifestação pacífica, para a qual pedimos autorização. Porém, não se sabe quem detonou uma bomba caseira. Começou a confusão, com policiais militares afirmando que um dos alunos, que filmava tudo, tinha atirado o celular para cima deles”, conta a diretora estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) Zenaide Honório, da subsede Americana.

Para a professora, é no mínimo suspeita essa bomba num ato de alunos recebidos com tamanho efetivo policial. “E essa meninada tem tanto ciúme de seus celulares… Como iam jogar?”, observa.

Dois alunos, de 15 e 16 anos, foram levados para o Distrito Policial. Diretores da Apeoesp e um advogado do sindicato acompanharam os alunos, que ali permaneceram das 9h até as 14 h.

Zenaide conta que tentou ainda um contato com a dirigente de ensino, que recusou dialogar com os estudantes e professores.

Os manifestantes prometem realizar novos protestos nesta quinta-feira (12), às 14 h, na Câmara Municipal de Americana, e outro às 18 h, na Praça da Migração, centro de Santa Bárbara.