São Paulo – Alunos, pais e professores da E. E. Castro Alves, localizada na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo, decidiram, em assembleia no início da tarde de hoje (12), ocupar a escola, que está entre as 94 que serão fechadas pelo governo Alckmin, no chamado processo de reorganização. Cerca de duzentas pessoas, entre docentes e estudantes, permanecem na unidade.

Os alunos mais novos, do ciclo Fundamental I, permanecem em aula, mas para os demais as atividades foram suspensas. Relatos dão conta inclusive da retirada de móveis da unidade, antecipando que o processo de fechamento já está em curso.

Mário Augusto, aluno do 3º ano da Castro Alves, disse à RBA que os estudantes mantiveram conversas ao longo da semana, desde que foram avisados do fechamento, e hoje decidiram pela ocupação. O adolescente disse que as primeiras ocupações, como da E.E. Fernão Dias Paes (iniciada na terça (10)), serviram como exemplo. “A gente não ia ocupar, mas, como medida extrema, por votação, a gente decidiu fazer”. Segundo o aluno, duas viaturas da Polícia Militar encontravam-se na porta da escola, às 14h30 de hoje.

Os estudantes, pais e alunos devem se reunir novamente durante a noite, quando decidirão os rumos do movimento. Mário diz que, até o momento, a disposição é manter a escola ocupada até pelo menos o final de semana, quando a Secretaria da Educação deverá prestar explicações sobre a chamada reorganização.

Maria Ivanilda, mãe de dois alunos que estudam na escola, contou que os filhos lhe entregaram o comunicado de fechamento, na semana passada. “Fiquei indignada. Nunca ouvi falar em fechar escolas. É um absurdo.” Ela espera que a ocupação consiga reverter a decisão do governador. “A escola é patrimônio do nosso bairro. Meu marido estudou aqui, é de geração para geração”.

Em Osasco, os estudantes ocuparam a Escola Estadual Professora Heloisa de Assumpção, localizada na avenida Comandante Sampaio. A escola deve passar por reestruturação e ficar apenas com o ensino médio.