nova avaliação

Reforma da educação em São Paulo não tira autonomia das escolas, diz secretário

Cesar Callegari afirmou que não haverá provas bimestrais padrão para toda rede nem monitoramento de lições de casa

Ele reafirmou que o novo modelo não aumentará as reprovações, pois ajudará a resolver os problemas no início

São Paulo – A proposta de reforma da educação municipal de São Paulo, apresentada no último dia 15, não reduzirá a autonomia das escolas, segundo disse o secretário de Educação, Cesar Callegari, em um debate online com professores ocorrido hoje (23). Ele afirmou que a pasta não irá, por exemplo, elaborar provas bimestrais padrão para toda rede nem controlar a aplicação de lição de casa.

“A educação só vai bem quando a escola tem autonomia. É errado pensar que um gestor ou um secretário vai promover ações deliberativas sobre a atividade escolar”, afirmou. “É preciso confiar e eu tenho muita confiança que vamos dar grandes saltos de qualidade, se tornando uma rede mais criativa, mais produtiva, com valorização dos professores e respeito aos alunos.”

Questionado por professores, diretores e supervisores de ensino que participavam da audiência, ele afirmou que não haverá uma prova unificada para toda rede. “Mas propomos que duas vezes por bimestre a escola crie seu processo, dentro do projeto político-pedagógico.”

Ele lembrou também que não haverá um monitoramento da aplicação de lição de casa. “Quem tem pretensão de controlar lição de casa? É o professor e o aluno que têm de cuidar disso.”

Ele afirmou ainda que a mudança na avaliação – que passará a ser medida por notas de 0 a 10, em substituição aos três critérios usados hoje (Insatisfatório, Satisfatório e Plenamente Satisfatório) – não limitará o diagnóstico sobre a aprendizagem dos alunos.

“A avaliação deve ter características formativas e alimentar o processo educacional. A nota numérica nunca deixará de ser acompanhada de orientações de natureza conceitual. Não se trata de substituir um por outro, mas de agregar a nota, tornando o sistema mais claro, que facilita a compressão das famílias e dos alunos.”

Ele retomou a ideia que o novo modelo não aumentará o número de reprovações, pois permitirá que as crianças sejam monitoradas com mais frequência. “Estamos azeitando a máquina de educação e não criando uma máquina de reprovar.”

O secretário lembrou também que será criado um banco que experimentações, projetos e aulas desenvolvidos na rede, a ser compartilhado entre todas as escolas. “O projeto vai recuperar a autoridade do professor. Não o autoritarismo, mas aquilo que nos encanta como educadores que é a cada gesto e orientação usar da nossa ação criativa, como um ator, que cria junto com as crianças”, disse.