Mercado de trabalho

IBGE: desemprego tem menor taxa da série para janeiro

Índice subiu em relação em dezembro, em movimento habitual, mas mantém tendência de baixa na comparação anual. Resultado melhor se deve à saída de pessoas do mercado, porque não houve criação de vagas

arquivo rba

São Paulo – A taxa média de desemprego calculada pelo IBGE em seis regiões metropolitanas subiu de dezembro (4,3%) para janeiro (4,8%), em movimento habitual para o período, mas é a menor para o mês desde o início da série histórica, em 2003. Em janeiro do ano passado, a taxa foi de 5,4%, a menor até então. Desde o começo da série, a taxa de desocupação sobe de dezembro para janeiro, e a partir de 2009 vem registrando sucessivamente os menores índices para o mês.

Segundo o IBGE, que publicou hoje (20) sua pesquisa mensal, o número de desempregados, estimado em 1,163 milhão, cresceu 9,6% sobre dezembro (102 mil a mais) e caiu 12,6% ante janeiro de 2013 (168 mil a menos). O total de ocupados (23,113 milhões) recuou 0,9% no mês e ficou estável na comparação anual. Os trabalhadores com carteira assinada (11,779 milhões) mostraram estabilidade nas duas situações. Eles representam 51% dos ocupados, acima tanto de dezembro (50,7%) como de janeiro de 2013 (50,1%).

Os dados divulgados pelo IBGE mostrou que o desemprego recua, basicamente, pela saída de pessoas do mercado de trabalho, já que praticamente não houve criação de vagas. Em relação a janeiro de 2013, a população economicamente ativa (PEA) recua 0,8%, o equivalente a menos 199 mil. A ocupação fica estável (0,1%, 31 mil a mais), enquanto o número de desempregados cai 12,9%: 168 mil a menos em 12 meses.

O instituto calculou o rendimento médio dos ocupados em R$ 1.983,80, estável em relação a dezembro e com alta de 3,6% sobre janeiro do ano passado. A massa de rendimento médio real (R$ 46,2 bilhões) caiu 1% no mês e aumentou 3,3% no ano.

Entre os setores de atividade, o comércio teve leve recuo de 0,5% ante janeiro de 2013 (menos 22 mil ocupados), situação que o IBGE considera  de estabilidade. O setor tem 4,394 milhões dos ocupados, 19% do total. A indústria (3,606 milhões, 15,6% do total) caiu 3% (menos 110 mil). A construção civil (1,754 milhão, 7,6%) variou 1,3% mais 22 mil).

Em serviços prestados a empresas (3,716 milhões, 16,1%), a variação foi de -0,8% (menos 30 mil). No setor de educação, saúde e administração pública (3,862 milhões, 16,7%), a ocupação cresceu 2,7%, com acréscimo de 101 mil vagas. No mais numeroso, o de outros serviços (4,275 milhões, 18,5%), a ocupação variou 0,5% (estável, 22 mil a mais). E em serviços domésticos, o IBGE registrou queda de 2,9% (menos 41 mil).

Nas regiões metropolitanas, a taxa de desocupação também foi a menor para janeiro em Belo Horizonte (3,8%), Porto Alegre (2,8%, a menor das seis áreas pesquisadas), Rio de Janeiro (3,6%) e São Paulo (5%).

O instituto observou movimentação considerada significativa em Recife (de 5,9%, em dezembro, para 7,4%) e São Paulo (de 4,4% para 5%). Na comparação com janeiro de 2013, a taxa subiu 1,7 ponto percentual em Salvador (para 8%, a maior entre as regiões), aumentou 1,1 ponto em Recife (para 7,4%) e caiu 1,4 ponto em São Paulo. Também houve recuo, de 0,7 ponto, em Porto Alegre e no Rio.