Mercado de trabalho

Taxa de desemprego do IBGE tem o seu menor índice para fevereiro

Índice teve ligeira alta em relação a janeiro, o que costuma ocorrer neste período. Rendimento cresceu. Mas emprego com carteira não saiu do lugar. Dados mostram certa estagnação

São Paulo – Com leve alta em relação a janeiro, o que costuma ocorrer neste período, a taxa média de desemprego calculada pelo IBGE em seis regiões metropolitanas atingiu 5,1% no mês passado, no menor índice para fevereiro desde o início da série histórica, em 2003. Em 2013, a taxa foi de 5,6%. Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (27) pelo instituto. A taxa média do primeiro bimestre, 5%, também é a menor da série.

O número de desempregados foi estimado em 1,243 milhão, crescimento de 6,9% em relação a janeiro (80 mil a mais) e queda de 8,3% na comparação com fevereiro do ano passado (menos 113 mil). O total de ocupados, estimado em 22,976 milhões, recuou 0,6% no mês (137 mil a menos) e não variou em 12 meses.

A análise dos números do IBGE mostram certa estagnação do mercado. A força de trabalho, representada pela população economicamente ativa (PEA, estimada em 24,219 milhões nas seis regiões), não cresceu na comparação mensal, nem na anual, o que indica menos pessoas à procura de trabalho. E o mercado também não tem criado vagas: há quatro meses o nível de ocupação cresce pouco ou recua. A mesma coisa se verifica nas comparações anuais.

O emprego com carteira assinada também não teve variação, contrariando a tendência de expansão do mercado formal de trabalho. Em fevereiro, eram 11,696 milhões de trabalhadores com carteira no setor privado. Eles representavam 50,9% do total de ocupados, ante 50% um ano atrás. Também em 12 meses, os sem carteira caíram 12,9% (299 mil a menos), para 2,023 milhões. Agora, eles são 8,8% do total – há um ano, eram 10,1%. Já os trabalhadores por conta própria, que aumentaram 5% (acréscimo de 207 mil, para 4,311 milhões), passaram de 17,9% para 18,8%.

Entre os setores, ainda na comparação com fevereiro do ano passado, o instituto não registrou variação considerada significativa. A indústria recuou 2,2%, com 84 mil ocupados a menos, enquanto o comércio ficou praticamente estável (0,2%) e a construção civil subiu 1,1% (19 mil a mais). Os serviços prestados a empresas variaram -0,2%. O setor de educação, saúde e administração pública cresceu 3% (114 mil), o emprego doméstico recuou 4,6% (-64 mil). O setor “outros serviços” também praticamente não saiu do lugar (0,4%).

Segundo o IBGE, o rendimento médio dos ocupados (R$ 2.015,60) subiu 0,8% em relação ao mês anterior e 3,1% sobre fevereiro de 2013. A massa de rendimentos (estimada em R$ 47,1 bilhões) cresceu 1% e 4,1%, respectivamente.

Entre as regiões metropolitanas, a única movimentação significativa de janeiro para fevereiro foi registrada em Salvador, onde a taxa de desemprego passou de 8% para 9%, com alta de 2,8 pontos percentuais em 12 meses. Ante fevereiro de 2013, recuou um ponto em São Paulo, para 5,5%, e 0,7 ponto no Rio, para 3,9%, mesmo índice de Belo Horizonte. O menor foi registrado em Porto Alegre: 3,3%. Em Recife, caiu para 6,4%.