Inflação

Preços de alimentos caem, e IPCA tem menor taxa em dois anos

Principal impacto foi do leite, cujos preços subiam desde o início do ano e caíram em setembro

EBC

Preços do leite que subiam sistematicamente desde o início do ano, caíram 7,89% no mês passado

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,08% em setembro, ante 0,44% no mês anterior, e registrou a menor taxa desde julho de 2014 (0,01%). Segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (7), foi o índice mais baixo para setembro desde 1998 (-0,22%). O IPCA acumulado no ano chega a 5,51%, ante 7,64% de igual período de 2015. Em 12 meses, passou para 8,48%, abaixo dos 12 meses imediatamente anterior (8,97%).

Grupo importante na composição do índice, Alimentação e Bebidas passou de 0,30%, em agosto, para -0,29%, com variações de -0,98% na região metropolitana de Vitória e -0,96% na de Curitiba. Houve alta em cinco das 13 regiões, com destaque para Belém (-0,53%). Os alimentos para consumo em casa caíram 0,60%, enquanto o custo da alimentação fora aumentou 0,33%.

Grande parte dos itens pesquisados mostrou redução na taxa de crescimento ou queda nos preços de um mês para o outro”, diz o IBGE. Os preços do leite, por exemplo, “que subiam sistematicamente desde o início do ano”, caíram 7,89% no mês passado. Isso provocou impacto de -0,10 ponto percentual no índice geral.

Vários produtos tiveram o preço reduzido em setembro, como batata inglesa (-19,24%), alho (-7,45%), cenoura (-5,34%), feijão carioca (-4,61%), hortaliças (-4,42%), feijão preto (-3,77%) e cebola (-3,30%). Entre as altas, o destaque foi o item carnes: com variação de 1,43%, teve impacto de 0,04 no IPCA mensal.

Outros grupos também registraram queda, como Artigos de Residência (-0,23%) e Transportes (-0,10%). Segundo o instituto, as principais influências no segundo caso vieram de passagens aéreas (-2,39%), automóveis usados (-1,50%) e gasolina (-0,40%). No primeiro, TV, som e informática (-1,15%) e mobiliário (-0,65%).

Entre as altas, Habitação variou 0,63%, com pressão do item botijão de gás (3,92%), que também teve impacto de 0,04 no índice de setembro. Com exceção de Belém, o preço do botijão aumentou em todas as regiões. Outros destaques de altas no mês foram condomínio (0,91%) e mão de obra para pequenos reparos (0,87%).

Nas regiões, Campo Grande teve o maior índice (0,48%) e Rio de Janeiro (-0,17%), o menor. No caso do Rio, o IBGE registra influência da queda de 29,91% nas diárias dos hotéis, após alta de 111,23% em agosto, período de Olimpíadas. O IPCA variou 0,43% em Fortaleza, 0,38% em Recife, 0,31% em Belém, 0,22% em Brasília, 0,19% em Porto Alegre, 0,18% em Goiânia, 0,14% em Curitiba, 0,06% em São Paulo, 0,02% em Salvador, -0,06% em Belo Horizonte e -0,16% em Vitória.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 0,31% no mês anterior para 0,08% em setembro. O acumulado no ano atinge 6,18%, ante 8,24% em igual período de 2015. Em 12 meses, foi de 9,62% para 9,15%.