Preços

Alimentos pressionam em julho; inflação em 12 meses diminui

Leite, feijão e arroz estão entre os produtos que mais subiram de preço no mês passado. IPCA em 12 meses vai para 8,74%

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Feijão carioca subiu 32,42%, com impacto de 0,13 ponto na taxa geral

São Paulo – Com pressão de alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,52% em julho, ante 0,35% no mês anterior, mas ficou abaixo de julho de 2015 (0,62%). Com isso, a taxa oficial de inflação no país varia 4,96% no ano (6,83% em igual período do ano passado) e 8,74% em 12 meses, pouco menos que nos 12 meses imediatamente anteriores (8,84%). Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (10) pelo IBGE.

O grupo Alimentação e Bebidas, que foi de 0,71% para 1,32% (maior índice para o mês desde 2000), respondeu por 0,34 ponto percentual da taxa total, ou 65% de participação no resultado de julho. Na região metropolitana de Vitória, o grupo teve aumento de 2,06%. O IBGE destaca ainda as variações em Goiânia (1,85%) e em Belo Horizonte (1,61%). No ano, a alta chega a 8,79%.

Apenas o leite, com aumento de 17,58%, respondeu por 0,19 ponto percentual em julho. Segundo o instituto, em quatro das 13 regiões pesquisadas o produto teve alta superior a 20%:  Belo Horizonte (23,02%), Rio de Janeiro (22,47%), Brasília(21,76%) e Vitória (21,76%).

O feijão carioca subiu 32,42%, com impacto de 0,13 ponto na taxa geral. O IBGE apurou altas de 45,20% em Curitiba e de 43,98% em São Paulo. Outros tipos do produto também tiveram variações significativas: o feijão preto subiu 41,59%, o mulatinho aumentou 18,89% e o fradinho, 14,72%.

Outro produto básico, o arroz, variou 4,68% em julho, chegando a 8,27% em Goiânia, 7,49% em Fortaleza e 6,84% em Belém. “Com isso, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais”, lembra o IBGE.

Vários outros produtos do grupo subiram em no mês passado. Foram os casos, por exemplo, de leite condensado (9,87%), fubá de milho (7,11%), manteiga (5,72%), leite em pó (5,26%), açúcar refinado (3,38%), cafezinho (2,52%) e queijo (2,34%).

Entre os produtos que ficaram mais baratos, os destaques foram a cebola (-28,37%) e a batata inglesa (-20%).

Nos outros grupos, Despesas Pessoais variou de 0,35% para 0,70%, Artigos de Residência foi de 0,26% para 0,53%) e Transportes, de -0,53% para 0,40%. Neste último, que é o grupo de maior peso no orçamento depois dos alimentos, aumentaram os preços da passagem aérea (19,22%), do ônibus interestadual (8,21%), do pedágio (3,99%), do ônibus intermunicipal (0,81%), emplacamento e licença (0,79%) e conserto de automóvel (0,58%).

Os demais grupos caíram ou variaram menos de junho para julho: Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,83% para 0,61%), Educação (de 0,11% para 0,04%), Comunicação(de 0,04% para 0,02%) Habitação (de 0,63% para -0,29%) e Vestuário (de 0,32% para -0,38%).

Em Habitação, o resultado teve influência da queda de 3,04% nas contas de energia elétrica. Já a taxa de água e esgoto subiu 1,09%.

Entre as regiões, o maior índice foi o de Salvador (0,92%), com altas nos preços da gasolina (4,86%) e do etanol (4,41%). O menor foi o de Curitiba (0,10%), com variação de -11,17% na energia. O IPCA variou 0,81% em Goiânia, 0,79% em Recife, 0,74% em Campo Grande, 0,73% em Belém, 0,65% em Fortaleza, 0,63% em Belo Horizonte, 0,57% tanto em Vitória como em Porto Alegre, 0,53% em Brasília, 0,50% no Rio de Janeiro e 0,33% em São Paulo. Em 12 meses, a variação vai de 7,71% (Brasília) a 10,78% (Fortaleza).

INPC: 9,56%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 0,47%, em junho, para 0,64% no mês passado, acima também de igual mês de 2015 (0,58%). Com isso, soma 5,76% em 2016, ante 7,42% em igual período do ano passado. Em 12 meses, passa de 9,49% para 9,56%. Também no caso do INPC, os produtos alimentícios fizeram pressão, com alta de 1,63%, quase o dobro de junho (0,83%).