IPCA

Taxa de inflação cai pela metade; feijão e leite ainda pesam

Apenas o feijão carioca subiu quase 42% em junho e representou praticamente um terço do índice geral. Com o leite longa vida, os dois responderam por 60% do total. Taxa em 12 meses recuou para 8,84%

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Alguns produtos seguem pesando no orçamento. O preço do quilo do feijão carioca subiu 41,78%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,35% em junho, menos da metade de maio (0,78%) e de igual mês de 2015 (0,79%). Foi o menor resultado desde agosto. Com isso, a taxa oficial de inflação no país fechou o primeiro semestre em 4,42%, ante 6,17% em igual período do ano passado. Em 12 meses, foi a 8,84%, também abaixo do período imediatamente anterior (9,32%). Os dados foram divulgados na manhã de hoje (8) pelo IBGE.

Segundo o instituto, sete dos nove grupos tiveram taxas menores no mês passado. Caso de Alimentação e Bebidas, que foi de 0,78%, em maio, para 0,71% – o grupo correspondeu a metade da inflação de junho. Mas alguns produtos seguem pesando no orçamento, com destaque para o feijão carioca, cujo preço do quilo subiu 41,78% e representou, sozinho, 0,11 ponto percentual, praticamente um terço do índice geral. O leite longa aumentou 10,16%, sendo responsável por 0,10 ponto percentual. Somados, os dois concentraram 60% do resultado total.

Ainda entre os alimentos em alta, estão feijão mulatinho (34,15% no mês), feijão preto (9,80%), feijão fradinho (9,32%), manteiga (6,36%), chocolate em barra e bombom (5,20%), fubá de milho (4,92%) e alho (3,54%).

Mas vários produtos tiveram queda de preço em junho. São os casos de cenoura (-23,72%), cebola (-17,78%), açaí (-12,68%), tomate (-8,08%, e com queda acumulada de 19% no ano) e frutas (-7,58%).

Nos demais grupos, Habitação foi de 1,79% para 0,63%, Vestuário passou de 0,91% para 0,32% e Transportes, de -0,58% para -0,53%.

Diversos itens tiveram alta, mas menos intensa do que em maio. A taxa de água e esgoto, por exemplo, variou 2,64%, ante 10,37% no mês anterior, com reajustes em Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo. Cigarro, que havia pesado em outros meses, foi de 9,33% para 0,61%. O aluguel residencial subiu mais, de 0,41% para 0,58%.  Caíram de preço passagens aéreas (-4,56%), gasolina (-1,22%), automóvel novo (-0,90%), conserto de automóvel (-0,74%), etanol (-0,64%), eletrodomésticos (-0,57%) e gás de botijão (-0,39%).

Dos índices regionais, o maior foi apurado em Belo Horizonte (0,66%), com pressão da taxa de água e esgoto e das tarifas de energia elétrica. O menor, próximo da estabilidade, foi o de Porto Alegre: -0,02%.

O IPCA variou 0,52% em Belém, 0,45% em Campo Grande, 0,41% em São Paulo, 0,39% em Goiânia, 0,38% no Rio de Janeiro, 0,33% em Salvador, 0,32% em Fortaleza, Recife e Vitória, 0,11% em Brasília e 0,09% em Curitiba.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,47%, ante 0,98% em maio. Assim, fechou o primeiro semestre em 5,09%, abaixo de igual período de 2015 (6,80%). Em 12 meses, atingiu 9,49%, taxa também inferior à dos 12 meses imediatamente anteriores (9,82%).