Costa do Amapá

Petrobras vai recorrer de decisão do Ibama que vetou exploração na Margem Equatorial

Estatal afirma que cumpriu todos os requisitos do processo de licenciamento para explorar bloco que fica a mais de 500 quilômetros da foz do Amazonas

Reprodução/Petrobras
Reprodução/Petrobras
Petrobras destaca a importância do desenvolvimento da Margem Equatorial para garantir a soberania energética do país

São Paulo – A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (18) que vai recorrer da decisão do Ibama que proibiu a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, que fica a 175 quilômetros da costa do Amapá. A estatal disse que recebeu “com surpresa” a notícia de indeferimento do processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59, a mais de 500 quilômetros de distância da foz do rio Amazonas. A companhia afirma que ainda não foi comunicada da decisão do Ibama, mas vai continuar buscando a licença.

“A Petrobras entende que atendeu rigorosamente todos os requisitos do processo de licenciamento e todos os recursos mobilizados no Amapá e no Pará para a realização da Avaliação Pré Operacional (simulado para testar os planos de resposta à emergência) foram feitos estritamente em atendimento a decisões e aprovações do Ibama”, disse a Petrobras, em nota.

Ontem, o Ibama alegou que o projeto da Petrobras ainda apresenta “inconsistências preocupantes” para a operação segura em área de “alta vulnerabilidade socioambiental”. O órgão condiciona a exploração da região à realização de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), estudo amplo a cargo dos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente.

De acordo com a Petrobras, o desenvolvimento do bloco em questão é um “compromisso assumido” perante a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Assim, se não for realizado, a companhia incorrerá em multa contratual.

Além disso, a estatal também defende a exploração da Margem Equatorial como forma de ampliar as fronteiras de exploração de petróleo no país. Desse modo, o desenvolvimento da região é importante para garantir a segurança energética do país e financiar a transição “justa e sustentável” para outras fontes de energia limpa. “Com essa decisão, o país abre mão do direito de confirmar potencial que poderia contribuir para o desenvolvimento econômico e social das regiões Norte e Nordeste do país”.