Deslocamento

MEIs avançam no país e já representam 19% do mercado formal de trabalho

Metade se concentra no setor de serviços, segundo o IBGE

Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
Cabeleireiros e outros profissionais na área de beleza representam 9% dos MEIs no país

São Paulo – Levantamento do IBGE aponta a existência de 13,2 milhões de microempreendedores individuais, os chamados MEIs, no Brasil em 2021. Segundo o instituto, esse número corresponde a 69,7% do total de empresas (e outras organizações e a 19,2% dos ocupados formais. E cresceu de forma expressiva em relação a 2019, quando havia 9,6 milhões de MEIs, o equivalente a 15,2% da ocupação formal.

“Os MEIs têm ganhado cada vez mais espaço no mercado de trabalho formal do país, mostrando uma crescente evolução”, afirma o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira. Segundo ele, a maior parte está concentrada na região Sudeste. Com 3,6 milhões, o estado de São Paulo reúne 27,2%, enquanto o Rio de Janeiro e Minas Gerais tem 1,5 milhão cada. Depois vêm Paraná (825,8 mil) e Rio Grande do Sul (799,1 mil).

Menos MEIs com empregados

“De acordo com a legislação em vigor, os MEIs podem ter até um empregado. Na comparação entre os dados de 2021 e 2019, verificou-se que o número de MEIs empregadores ainda não retomou o patamar pré-pandemia de Covid-19”, informa o IBGE. Assim, em 2019 havia 146,3 mil MEIs com empregados, número que caiu para 104,9 mil há dois anos.

Metade deles (50,2%) estava no setor de serviços. Outros 29,3% no segmento que inclui comércio e reparação de veículos. A ocupação de cabeleireiros e outras atividades no tratamento de beleza reunia, em 2021, 1,2 milhão de MEIs, ou 9,1% do total. Em seguida, vinha o varejo de artigos de vestuário e acessórios, com 939,6 mil (7,1%), e o segmento de restaurantes (e outros estabelecimentos de alimentação e bebidas), somando 827,3 mil (6,3%). Mais de 72% dos MEIs ativos em 2021 se filiaram nos cinco últimos anos.

Homens são maioria

Do total apurado pelo IBGE, 53,3% eram homens e 46,7%, mulheres. A maior parcela (30,3%) tinha de 30 a 39 anos, enquanto 24,5% estava na faixa de 40 a 49 e 23,3%, 50 anos ou mais. Outros 22% eram jovens de até 29 anos. Na media, tinham 40,7 anos, sendo 40,8 no caso das mulheres e 40,6% entre os homens.

Dos 9,2 milhões de registros que incluem informação sobre cor e raça, 4,4 milhões se declararam brancos (47,6%). Depois vinham os pardos (2,9 milhões, 31%) e os pretos (440,7 mil, 4,8%). Amarelos (62,7 mil) e indígenas (18,7 mil) correspondiam a 0,7% e 0,2%, respectivamente.

Mercado formal

Além disso, 70% dos MEIs (9,2 milhões) estiveram no mercado formal de trabalho, em algum período, entre 2009 e 2021. Há também o contingente que iniciou ou reiniciou um vínculo formal após a abertura MEI, equivalente a 3,1 milhões”, diz o IBGE.

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“Esse dado pode sinalizar um perfil de empreendedor que identificou no MEI uma oportunidade de adquirir experiência com a própria empresa para depois entrar no mercado de trabalho, bem como aquele que percebeu os desafios de abrir o próprio negócio e resolveu retornar, concomitantemente com o seu empreendimento, ao mercado de trabalho”, comenta Thiego.