Mercado

Cai o número de pessoas que procuram trabalho há mais tempo. Informalidade reflete desigualdades regionais

Total de desocupados é o menor desde 2015, mas ainda há 1,8 milhão à procura de trabalho há pelo menos dois anos. Desemprego segue maior entre mulheres e negros

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A carteira assinada não é realidade para 39,1% da população ocupada, que está na informalidade

São Paulo – A taxa de desocupação do país no terceiro trimestre foi de 7,7%, conforme divulgado pelo IBGE em 31 de outubro, mostrando situação melhor para o mercado de trabalho, embora ainda preocupante. Nesta quarta-feira (22), o instituto informou que as taxas ficaram estáveis em 23 unidades da federação, caíram em três e subiram em uma. A variação é grande: vai de 2,3% (Rondônia) a 13,3% (Bahia). O detalhamento da pesquisa mostra que caiu o número de pessoas que procuram trabalho há mais tempo.

No recorte por gênero, mais uma vez, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra taxa de desemprego maior entre mulheres (9,3%) do que para homens (6,4%). Também é mais elevada no caso de pretos (9,6%) e pardos (8,9%), em relação aos brancos (5,9%).

Para quem tem ensino superior completo, aponta o IBGE, a taxa cai para 3,5%. A maior é das pessoas com ensino médio incompleto: 13,5%.

Informalidade atinge 39% da mão de obra

Ainda segundo a pesquisa, a taxa de subutilização (pessoas que gostariam de trabalhar mais), na média, é de 17,6%, mas vai a 38,4% no Piauí, por exemplo. E cai a 5,3% em Rondônia. Os que trabalham por conta própria representam 25,5% dos ocupados, aumentando a 34% também e Rondônia. E caindo a 19% no Distrito Federal.

Assim, a informalidade corresponde a 39,1% da população ocupada. Mas os dados do IBGE refletem desigualdades regionais. As taxas são bem mais altas no Maranhão (57,3%), Pará (57,1%) e Amazonas (55,0%). As menores são registradas em Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,6%) e São Paulo (31,3%).

Procura por trabalho

Havia 1,849 milhão de pessoas procurando trabalho por dois anos ou mais, nível mais baixo para um terceiro trimestre desde 2015. A queda foi de 28,2% em relação a igual período de 2022 (2,575 milhões). Mas na comparação com 2012, primeiro ano da série histórica, a quantidade de pessoas cresce 26,8%.

A maior parcela (3,897 milhões) procura trabalho entre um mês e menos de um ano. Outros 1,624 milhão, há menos de um mês. E 946 mil, de um ano a menos de dois.

Estimado em R$ 2.982, o rendimento médio cresceu tanto na comparação com o trimestre imediatamente anterior como igual período de 2022. Em relação ao segundo trimestre, cresceu no Sul e no Sudeste, permanecendo estável nas demais regiões. Já em relação ao ano anterior, houve alta no Norte, Sudeste e Centro-Oeste.