Desigual

Desemprego cai em quase todos os estados, mas alguns têm mais de 50% na informalidade

Segundo o IBGE, taxa caiu em 26 das 27 unidades da federação. Seis delas concentram 60% dos ocupados. O país fechou o ano de 2023 com 100,7 milhões de pessoas trabalhando e 8,5 milhões de desempregados

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O número de empregados com carteira assinada no setor privado cresceu 5,8% e somou 37,7 milhões, nível mais alto da série

São Paulo – A taxa de desemprego no país, que recuou para 7,8% em 2023, também caiu em 26 das 27 unidades da federação. A exceção foi Roraima. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, as menores taxas foram registradas em Rondônia (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Santa Catarina (3,4%). As maiores, em Sergipe (11,4%), Bahia (13,2%) e Pernambuco (13,4%). Apesar da queda, a informalidade segue elevada e atinge 39,2% dos ocupados, superando 50% em alguns estados.

Em relação a 2022, o país fechou o ano com 1,8 milhão de desempregados a menos (-17,6%), somando 8,5 milhões. Das 27 unidades da federação (UF), 25 tiveram redução. Houve crescimento novamente em Roraima, enquanto Mato Grosso do Sul se manteve estável. As maiores quedas foram registradas no Acre (-45,7%), Espírito Santo (-34,1%) e Maranhão (-29,7%). Dois milhões de desempregados estão em São Paulo. Na sequência, vêm Bahia (922 mil) e Rio de Janeiro (914 mil).

Ocupação foi recorde

O total de ocupados atingiu o maior nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: 100,7 milhões, crescimento de 3,8% sobre o ano anterior. Segundo o IBGE, houve alta em 22 UFs, com destaque para Amapá (8,6%), Alagoas (7,8%) e Goiás (7,1%). Apenas seis estados concentram 60% da ocupação: São Paulo (24,3%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,1%), Bahia (6%), Paraná (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,8%).

Com taxa média de 39,2% em 2023 (ante 39,4% no ano anterior), a informalidade mostra também significativas diferenças regionais. As maiores foram apuradas no Maranhão (56,5%), no Pará (56,5%) e no Piauí (54,4%). As menores, em Santa Catarina (26,4%), no Distrito Federal (29,7%) e em São Paulo (31,5%).

Com e sem carteira assinada

Assim, de acordo com a Pnad Contínua, o número de empregados com carteira assinada no setor privado cresceu 5,8% e somou 37,7 milhões, nível mais alto da série. Só quatro estados tiveram queda: Rio Grande do Norte (-8,4%), Rondônia (-6,2%), Tocantins (-4%) e Acre (-1,3%). Os maiores contingente estavam nos estados mais populosos: São Paulo (11,4 milhões), Minas Gerais (4,3 milhões) e Rio de Janeiro (3,1 milhões).

Mas o número de empregados sem carteira também cresceu (5,9%) e chegou a 13,4 milhões. Oito unidades de federação registraram queda. Entre as principais altas, destaque para Mato Grosso do Sul (26,5%), Amazonas (25,9%) e Rio Grande do Norte (25,8%).

Já o número de trabalhadores por conta própria subiu 0,9% no ano passado, para 25,6 milhões. Quinze estados tiveram variação negativa. Além disso, o total de trabalhadores no setor doméstico (6,1 milhões) aumentou 6,1%, com crescimento em 19 unidades.