Expectativa

Lula anuncia medidas para baratear o carro popular, afirma Haddad

Segundo o ministro, Lula vai apresentar políticas de incentivo ao setor automobilístico, incluindo medidas pera reduzir preços

Antonio Cruz/Agência Brasil
Antonio Cruz/Agência Brasil
Algumas medidas para baratear carro popular devem valer somente no ano que vem, "em virtude das regras fiscais"

São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (24) que o governo vai anunciar no Dia da Indústria, amanhã (25), medidas para baratear o carro popular no Brasil. Hoje, Haddad e o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, reuniram-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do tema. Depois do encontro, Haddad falou com jornalistas, mas não deu detalhes da proposta.

“Acredito que saia amanhã, porque é o Dia da Indústria. Então talvez ele queira anunciar, mas eu não sei se vai dar tempo de processar”, afirmou Haddad, em frente ao Ministério da Fazenda. Ele (Lula) frisou, contudo, que não se trata de um pacote, mas de possíveis “medidas de estímulo à indústria”.

Ao mesmo tempo, o ministro também ressaltou que parte das medidas em análise só deve entrar em vigor no ano que vem. “Nós discutimos várias possibilidades, mas tem coisas que só dá para fazer ano que vem. Pode até ser anunciado, mas só dá pra fazer ano que vem em virtude das regras fiscais. Nós vamos sentar com ele (Lula) para discutir”.

Haddad disse que não poderia confirmar a divulgação ou antecipar quais seriam as medidas porque o desenho e apresentação do programa ao presidente ficaram a cargo de Alckmin. Na semana passada, o vice afirmou que o Executivo prepara “boas notícias para a indústria”. Ele sinalizou, por exemplo, para a redução da carga tributária, de modo a incentivar a venda de carros populares. Também afirmou que as políticas de incentivo não devem ficar restritas aos automóveis. “Não é só carro, mas também caminhão”.

Em comemoração ao Dia da Indústria, Lula vem a São Paulo amanhã para participar de evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Juros no meio do caminho

No início do mês, durante a primeira reunião do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) – o Conselhão – Lula manifestou indignação com a alta dos preços dos carros. “Qual pobre que pode comprar carro popular por R$ 90 mil? Um carro de R$ 90 mil não é popular. É para classe média.”

Além dos preços elevados, o setor automobilístico também vem passando por uma crise no país. Em função da alta dos juros, as vendas de veículos novos caíram. Como resultado, diversas montadoras estão reduzindo a produção e dando férias coletivas. Metalúrgicos também já realizaram protestos contra a política recessiva do Banco Central (BC), que vem mantendo a taxa básica de juros – Selic – em 13,75% ao ano, desde meados de 2022.

Também no início do mês, diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foram a Brasília para entregar ao presidente Lula um plano para “resgatar” o setor automobilístico no país. Dentre as medidas defendidas pelos trabalhadores, estão a redução dos juros e linhas de financiamento populares, diminuição do valor dos veículos, “incentivo às etapas de produção, nacionalização de peças e equipamentos e proteção ao emprego”.