São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou hoje (29) um plano para criar o Ministério das Pequenas e Médias Empresas, Cooperativas e dos Empreendedores Individuais. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o setor corresponde a 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em números gerais, as micro e pequenas empresas empregam mais brasileiros do que multinacionais, correspondendo a mais de 50% das contratações em regime efetivo (CLT).

Então, visando estimular a geração de empregos e o desenvolvimento econômico, o governo Lula agora mira neste setor essencial. Um exemplo disso também veio nesta semana. A Caixa Econômica Federal anunciou ontem a renegociação de dívidas do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Mais de 385 mil micro-empresários poderão postergar suas dívidas e diminuir as parcelas. Para isso, o governo federal injetará R$ 38 bilhões.

“Eu estou propondo a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais. Para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade. Esse é o papel do Estado. Criar as condições para as pessoas poderem participar”, destacou o presidente Lula durante seu programa semanal, Conversa com o Presidente, hoje, com o jornalista Marcos Uchôa.

Desenvolvimento e carreira

Durante a entrevista, Lula também ponderou que este novo ministério atenderá aos anseios dos empreendedores individuais. A cada ano, profissionais adotam mais o modelo, bem como autônomos, profissionais liberais.

“Tem gente que prefere trabalhar em casa. Gente que prefere trabalhar na rua. Tem gente que prefere abrir uma salinha para produzir alguma coisa e vender. Nós precisamos entender que essa gente tem importância e precisamos dar condições dessas pessoas terem acesso a crédito para dar o pontapé inicial. Esse é o nosso papel”, prosseguiu Lula.

Por fim, Lula argumentou que o melhor caminho para o país é o da distribuição de renda mais justa a partir da promoção de trabalhos qualificados. “Eu quero valorizar muito os empreendedores individuais. Quero valorizar muito as cooperativas. Quero valorizar muito a pequena e média empresa porque ela gera 60% ou 70% dos empregos nesse país. Uma nação soberana só é soberana em função da qualidade de vida do seu povo. A melhor possibilidade de fazer distribuição de renda é o emprego, é a oportunidade de trabalho. Quando o cidadão trabalha e recebe o salário, é o orgulho máximo do ser humano.”