Agora vai?

Expectativa em Brasília: Lula vai finalmente bater o martelo na minirreforma ministerial?

No sábado, ministro Alexandre Padilha disse que o presidente deve anunciar os novos ministros na volta de sua última viagem ao exterior. Lula voltou ontem da África

Roque de Sá/Agência Senado
Roque de Sá/Agência Senado
Lula teria prometido a Lira fechar minirreforma esta semana e Pacheco (esq.) tem a reforma tributária nas mãos

São Paulo – A expectativa em Brasília é de que – de volta da África – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) finalmente ponha fim à novela da chamada minirreforma ministerial. Já se passou um mês e meio desde que o chefe de governo admitiu que deveria fazer um “remanejamento no ministério”. Em meados de julho ele afirmou só iria “fazer depois de julho (…) quando o Congresso voltar a funcionar”.

No sábado (26), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o presidente deverá anunciar novos ministros ao retornar de sua última viagem ao exterior. Lula voltou ontem (27). “Certamente, o presidente Lula vai conduzir, no retorno, uma decisão que ele já tomou de acolher o pedido de duas bancadas federais e indicar parlamentares para compor o ministério”, informou Padilha em São Paulo.

A confirmação das mudanças esperadas para esta semana teria sido uma promessa ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na semana passada. A minirreforma acomodará o Centrão na Esplanada. André Fufuca (PP-MA) era considerado um nome certo há 45 dias. As especulações dão conta de que o Centrão conta com uma pasta de alcance político e social (e portanto econômico) importante, que seria o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

MDS e Caixa Econômica?

Fala-se que a pasta seria dividida em duas. O MDS continuaria chefiado por Wellington Dias (PT-PI), e manteria sob seu “guarda-chuva” o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), programas dos quais o PT não abre mão. O Centrão ficaria com um ministério a ser criado.

A Caixa Econômica Federal – cuja gestão, de Maria Rita Serrano, vem sendo classificada como muito discreta – também faz parte das ambições do Centrão, assim como a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que o governo tentou extinguir por meio da Medida Provisória (MP) 1.156/2023, que, entretanto, caducou e não foi aprovada no Congresso.

Assim como Fufuca, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) é dado como certo na “minirreforma” ministerial. Mas, como há várias semanas Lula vem adiando o momento de bater o martelo, o que era certo há cerca de oito semanas pode deixar de ser, segundo a lógica da política. Há 15 dias, o analista político Antônio Augusto de Queiroz já avaliava que, para evitar problemas no Congresso, o presidente devia ter resolvido as nomeações do ministério há tempos.

Agenda: Múcio, Haddad e Sergio Massa

A agenda de Lula não tem nenhum compromisso com a articulação política ou mesmo com Padilha nesta segunda.  Ele tinha reunião com o ministro da Defesa, José Múcio (15h), a sanção de lei sobre política de valorização permanente do salário mínimo (16h) e outra reunião com os ministros da Economia da Argentina, Sergio Massa, e Fernando Haddad (17h30).

O governo tem até o dia 31 de agosto para apresentar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024. Fora isso, o Planalto precisa ter segurança na tramitação da reforma tributária no Senado. A PEC já foi aprovada na Câmara.