Silvio Costa Filho e André Fufuca são dados como futuros novos ministros de Lula
Conversas com os deputados fazem parte das negociações do Planalto com o Centrão e, particularmente, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, em busca de governabilidade
Publicado 20/07/2023 - 19h28
São Paulo – Nos próximos dias e semanas deve-se consolidar a pequena reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu, na semana passada, que será feita. Ele não usa o termo “reforma”, e sim fala de um “remanejamento” ou uma “acomodação”, como disse na semana assada em entrevista à Record.
Depois de finalmente encerrada a novela do Ministério do Turismo, com a substituição de Daniela Carneiro pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA), é dado como certo em Brasília que os próximos ocupantes da Esplanada dos Ministérios são os também deputados federais André Fufuca (PP-AM) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
As adiantadas conversas com ambos os deputados fazem parte das negociações com o Centrão, e, particularmente, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O Palácio do Planalto quer mais segurança em votações essenciais para o governo, o que não ocorreu nos casos do arcabouço fiscal e da reforma tributária. A ideia é superar o cenário de insegurança nessas votações.
Não foi por acaso que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), se reuniu na terça-feira (18) com Fufuca e Costa Filho, separadamente. No mesmo dia, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), declarou taxativamente que “a tese de incorporar esses partidos no governo já está consolidada”. Só falta a definição de Lula para quais pastas eles irão.
Escolhidos a dedo
Fufuca é o líder do PP de Arthur Lira (AL) na Câmara, enquanto Costa Filho e sua família têm antiga parceria e amizade com o presidente Lula. O pai de Costa Filho, o ex-deputado também conhecido como Silvio Costa “pai”, embora considerado de centro-direita, sempre foi aliado de Lula.
“Silvio (filho) sempre foi um parlamentar que apoiou Lula, desde o primeiro e o segundo turno. É um parceiro permanente do governo. Portanto, ele vindo para o ministério, qualquer que seja o ministério, eu acho que é uma boa para o governo”, disse Guimarães.
Já nesta quinta (20), o líder disse à Folha de S. Paulo que Costa Filho e Fufuca “podem contribuir enormemente” na relação do governo com a Câmara “e aumentar a nossa paz institucional” com o parlamento.
Remanejamento e acomodação
Uma das possibilidades de “remanejamento” ou “acomodação” a que Lula se refere é, por exemplo, retirar Márcio França (PSB) de Portos e Aeroportos. Nesse caso, um dos próximos novos ministros seria acomodado nesse ministério, enquanto França seria “remanejado” para o Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta hoje comandada por Geraldo Alckmin. Como Alckmin já é o vice-presidente, e, além disso, do mesmo partido de França, a equação satisfaria a todos.
Outra pasta que pode ser alvo de mudança é Ciência, Tecnologia e Inovação, hoje com Luciana Santos (PCdoB). O nome de Silvio Costa Filho já foi ventilado para o ministério dos Esportes, hoje comandado por Ana Moser, pessoa pela qual Lula tem enorme estima.
“Se o governo está disposto a ampliar a participação desses partidos (Republicanos e PP) na Esplanada, evidentemente alguém vai ter que perder. A quem caberá dizer isso é o presidente da República”, disse Guimarães na entrevista à Folha.
Leia mais: