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Haddad antecipa prioridades para gestão na Fazenda: marco fiscal e reforma tributária

Confirmado por Lula como futuro ministro da Fazenda também promete revitalizar acordo com União Europeia e Mercosul

Marcelo Camargo/Abr
Marcelo Camargo/Abr
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad promete gestão da economia em sintonia com a pasta do Planejamento, que será recriada e ainda não tem titular anunciado

São Paulo – A discussão sobre o novo marco fiscal, a reforma tributária e a revitalização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia serão prioridades da equipe econômica no primeiro ano de governo, disse o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Pouco após ser confirmado ao cargo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta sexta-feira (9), ele concedeu uma rápida entrevista coletiva, antes de deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Sobre sua qualificação para assumir o Ministério da Fazenda, Haddad lembrou, entre outros pontos, que a prefeitura de São Paulo ganhou grau de investimento (selo de bom pagador) durante sua gestão (2013-2016). “É só olhar o histórico e ver que a Prefeitura de São Paulo recebeu investment grade (grau de investimento), pela primeira vez, durante minha gestão. Quem não olha o histórico cai em fake news”, disse o futuro ministro.

Em relação à discussão sobre o novo marco fiscal, Fernando Haddad disse que o novo governo está obrigado a definir um substituto para a regra do teto de gastos após a aprovação, pelo Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

“A [versão atual] da PEC dá um prazo para que a gente faça isso”, disse Haddad. O texto aprovado no Senado estabelece prazo até agosto do próximo ano para que o novo governo envie uma nova regra fiscal por meio de um projeto de lei complementar.

Time indefinido

Questionado sobre quem comporá a equipe que conduzirá a economia do país a partir de 2023, Haddad disse ter em mente alguns nomes, mas que aguardava a confirmação ao cargo pelo presidente Lula para fazer formalmente os convites.

No entanto, assegurou que a equipe econômica será “plural”, e que trabalhará em combinação com o Ministério do Planejamento, pasta a ser recriada e cujo titular ainda não foi anunciado. “Preciso combinar com o Planejamento, para ter uma equipe coesa”, disse.

Fernando Haddad adiantou ainda que convidará a imprensa para uma entrevista na próxima terça-feira (13). Ontem (8), o futuro ministro da Fazenda reuniu-se pela primeira vez com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O encontro ocorreu fora da agenda oficial e só foi confirmado após o fim da reunião. O teor da conversa não foi divulgado.

Reportagem de Wellton Máximo, da Agência Brasil – Edição RBA: Fabio M Michel