Montadoras

GM anuncia R$ 7 bi de investimento no Brasil, e Scania contrata e amplia produção na fábrica do ABC

Governo prevê impacto no desenvolvimento e na inclusão social. Metalúrgicos destacam negociações com Scania, ações do governo e queda dos juros

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
Caramelo: acordo de flexibilidade foi fundamental para períodos de produção em baixa

São Paulo – Durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (24), a General Motors (GM) fez anúncio de investimentos no Brasil. Na primeira fase, de 2024 a 2028, os recursos deverão somar R$ 7 bilhões. Na próxima sexta-feira (26), a montadora estadunidense completa 99 anos de operação no país.

“Esses valores seriam empregados em melhorias significativas na capacidade e nas condições de produção, além do desenvolvimento tecnológico, em particular nas áreas de veículos elétricos, energias renováveis e controle de poluentes. O novo ciclo de investimentos deve se traduzir igualmente em um aumento da capacidade de fornecimento para o mercado mundial a partir da produção brasileira”, informa o governo.

Lula recebeu os presidentes da GM International, Shilpan Amin, e para a América do Sul, Santiago Chamorro. Também participaram da reunião o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

O presidente observou que o anúncio ocorre no momento em que o governo divulga medidas de apoio ao setor, como os programas Nova Indústria Brasil e Novo PAC. Para ele, o Brasil é o país em melhores condições para liderar a transição energética em nível global. E ressaltou impactos para o desenvolvimento e na inclusão social.

No ano passado, a GM demitiu funcionários das fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Derrotada na Justiça do Trabalho por não abrir negociações – como previsto em caso de demissão em massa –, teve de recuar. Posteriormente, foi aberto programa de demissões voluntárias, discutido com os sindicatos.

São Bernardo

A Scania contratou 380 trabalhadores nos quatro últimos meses para a fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, novas admissões devem acontecer neste primeiro semestre. Além disso, no retorno das férias coletivas, a unidade voltou a operar com dois turnos de produção.

Entre os fatores que explicam essa melhoria, representantes dos trabalhadores apontam negociações sindicais, ações positivas do governo e redução dos juros. “Nosso acordo de flexibilidade foi fundamental nos períodos de baixa produção para que os trabalhadores ficassem em casa sem prejuízo salarial. Além da renovação da nossa convenção coletiva de trabalho”, afirma o vice-presidente do sindicato Carlos Caramelo, que é trabalhador na Scania.

Já o coordenador da representação na fábrica, Francisco Souza dos Santos, o Maicon, lembrou que no segundo semestre do ano passado houve um aquecimento na venda de caminhões. “Muito disso se deu, acredito, por conta da redução da taxa de juros, já que a maioria que compra caminhão, compra financiado. A taxa de juros alta como estava inviabilizava a compra, a redução ajudou a alavancar o mercado de caminhões.”

Ele acredita que em 2024 poderá haver recorde de produção na fábrica da Scania em São Bernardo, acima de 28 mil veículos. “A perspectiva é que ainda no primeiro semestre mais contratações sejam feitas, que a fábrica volte a produzir em três turnos em alguns setores.”

A unidade de São Bernardo tem 4.800 funcionários, sendo aproximadamente 3.500 na produção.


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