Preocupação

Mercedes deixará 1.200 trabalhadores em ‘lay-off’ no ABC. Metalúrgicos criticam juros

Suspensão dos contratos pode durar de dois a três meses. Empresa já havia anunciado férias coletivas para 300 funcionários

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Fábrica tem 8 mil funcionários. Seis mil estão nas áreas de produção

São Paulo – A Mercedes-Benz vai adotar o sistema de lay-off (suspensão do contrato de trabalho) para 1.200 trabalhadores na fábrica de São Bernardo, durante dois a três meses. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que realizou assembleia na tarde desta quinta-feira (13), quando os funcionários aprovaram a proposta de acordo.

No início do mês, a Mercedes havia anunciado férias coletivas para 300 trabalhadores, além de diminuição da produção durante as semanas e fechamento do segundo turno a partir de maio. A fábrica do ABC tem aproximadamente 8 mil funcionários, sendo 6 mil na produção.

“É importante ressaltar que todos esses trabalhadores têm garantia de retorno para a fábrica”, afirmou o coordenador de representação na Mercedes, Sandro Vitoriano. “E, para dar mais tranquilidade para as pessoas, em caso da necessidade de um novo lay-off, dependendo de como o mercado de caminhões e ônibus se comportará, quem entrar agora na Mercedes não estará em um eventual próximo lay-off”. Ele lembrou ainda que os trabalhadores recebem 100% do salário líquido durante esse período, além de passar por curso de formação profissional.

Juros abusivos

Já o diretor executivo do sindicato Aroaldo Oliveira da Silva voltou a criticar a taxa básica de juros e a política do Banco Central. “O maior vilão é a taxa de juros abusiva, que deixa o financiamento mais caro, as pessoas não compram e há a queda na produção. A maioria das pessoas não compra ônibus nem caminhões à vista”, afirmou.

O problema da taxa não se limita ao setor automobilística, acrescentou Aroaldo. “Também atinge quem quer financiar um carro, uma geladeira. Os juros altos afetam o consumo, o emprego e a renda. É preciso baixar a taxa para a economia reagir. Nossa luta é pela retomada do desenvolvimento do país e é nossa obrigação tomar à frente da discussão da economia brasileira”, reagiu o dirigente, que preside o IndustriALL no Brasil.


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