Desemprego não cede e taxa de junho supera a de igual período de 2011

São Paulo – Os resultados da pesquisa Dieese/Fundação Seade divulgados hoje (25) mostram estabilidade de maio para junho, mas sinalizam um comportamento incomum do mercado de trabalho nos últimos anos: […]

São Paulo – Os resultados da pesquisa Dieese/Fundação Seade divulgados hoje (25) mostram estabilidade de maio para junho, mas sinalizam um comportamento incomum do mercado de trabalho nos últimos anos: a taxa média de desemprego na Grande São Paulo e no ABC ficaram acima de igual período de 2011. Desde 2004, a tendência tem sido de taxas mensais sempre inferiores às do ano anterior, mantendo desempenho positivo. Desta vez, “virou a curva”, como observa um analista do setor.

Na região metropolitana de São Paulo, a taxa em junho foi de 11,2%, ante 11% em igual mês do ano passado. No ABC, a alta foi meio ponto percentual, de 10,7% para também 11,2%.

Nos sete municípios que compõem a região do ABC, tanto no mês como com em 12 meses o número de vagas abertas foi inferior ao de pessoas que entraram no mercado de trabalho. De maio para junho, foram criados 10 mil postos de trabalho (alta de 0,8%), enquanto a população economicamente ativa (PEA) teve acréscimo de 14 mil pessoas (1%). Em relação a junho do ano passado, são 34 mil a mais na PEA (2,4%) e 23 mil ocupados a mais (1,8%).

Também em 12 meses, a indústria de transformação teve pequena alta, de 1,4%, o correspondente a 5 mil ocupados a mais. O segmento de metal-mecânica, no qual se incluem as montadoras, caiu ligeiramente no mês (-0,5%, com mil a menos), mas criou 15 mil vagas em 12 meses (8,9%). Em comércio e reparação de veículos, foram fechados 25 mil empregos na comparação com junho de 2011 (-10,5%). No setor de serviços, no mesmo período a ocupação cresceu 8%, com 47 mil vagas a mais.

O peso da indústria de transformação é maior no ABC do que em toda a região metropolitana – corresponde a 27,5% do total de ocupados. Na Grande São Paulo, essa proporção é de 17,4%.

Em toda a região metropolitana, de 116 mil ocupações a mais em 12 meses (expansão de 1,2%), a indústria de transformação foi responsável por apenas 10 mil (0,6%). A construção criou 47 mil e teve a maior alta em termos percentuais (6,7%). Em números absolutos, o destaque foi o setor de serviços, com 180 mil postos de trabalho a mais (3,4%). Comércio e reparação de veículos teve queda de 5,9% (-104 mil empregos).

Pelas estimativas da pesquisa, a região metropolitana de São Paulo tem 10,913 milhões de pessoas na PEA, sendo 9,691 milhões de ocupados e 1,222 milhão de desempregados. Apenas no ABC, são 1,438 milhão na PEA, 1,277 milhão de ocupados e 161 mil desempregados.