Não há vagas

Com maior procura, desemprego cresce na Grande São Paulo

Taxa foi a maior para abril em dez anos. Em 12 meses, foram eliminadas 407 mil vagas (-4,2%) e número de desempregados aumentou em 501 mil (36,6%), para 1,868 milhão. Rendimento caiu

Marcos Santos/USP Imagens

Alta na ocupação na indústria de transformação e nos serviços não compensou, no geral, o aumento da procura

São Paulo – Com maior procura por vagas, a taxa de desemprego aumentou para 16,8% em abril, maior taxa para o mês em dez anos, segundo a pesquisa mensal feita pela Fundação Seade e pelo Dieese. O aumento deve-se, basicamente, ao aumento da busca de emprego, refletido na população economicamente ativa (PEA), já que o mercado de trabalho praticamente não contratou ou demitiu no mês passado. Em 12 meses, o cenário muda: com eliminação de 407 mil vagas (-4,2%) e acréscimo de 501 mil desempregados (36,6%), levando o total estimado para 1,868 milhão.

De março para abril, a PEA cresceu 1%, com mais 113 mil pessoas, enquanto o mercado ficou praticamente estagnado: menos 5 mil ocupações (-0,1%), fazendo o total de desempregados crescer em 6,7%, com mais 118 mil. Construção e comércio/reparação de veículos fecharam postos de trabalho, enquanto a indústria de transformação e os serviços tiveram alta na ocupação.

No recorte regional, o desemprego cresceu no município de São Paulo (de 14,6%, em março, para 16,4%), teve ligeiro recuo nos demais municípios (de 17,8% para 17,4%) e ficou estável no ABC (de 16,7% para 16,6%). Na comparação anual, as taxas crescem em todas as regiões.

Em relação a abril de 2015, todos os setores eliminaram vagas, com destaque para a indústria (-11,9%, ou menos 186 mil) e construção (-10,8%, ou menos 75 mil). O comércio caiu 2% (33 mil ocupações a menos) e os serviços, 2,2% (fechamento de 126 mil).

A pesquisa detectou queda no emprego formal, invertendo tendência de anos anteriores. No mês, a retração foi de 1,7%, com eliminação de 86 mil vagas com carteira assinada. Em 12 meses, de 4,9%, perda de 262 mil. O total de empregos sem carteira também cai, enquanto cresce a presença de autônomos.

O rendimento médio dos ocupados (estimado em R$ 1.952) cai 2% no mês (nesse caso, de fevereiro para março) e 5,7% em 12 meses. A massa de rendimentos tem retração de 3,1% e de 9,7%, respectivamente

Outras regiões

A taxa de desemprego também aumentou no Distrito Federal (atingiu 18,6%), em Fortaleza (13,6%) e em Salvador (23,4%). E ficou estável na região metropolitana de Porto Alegre (10,5%). Segundo a pesquisa Seade-Dieese, na comparação anual todas registram elevação.

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