Após pacote, Mantega afirma que governo atua para fazer setor privado reagir

“O setor privado fica intimidado em função da situação externa”, disse o ministro durante audiência em Brasília (Foto: Antônio Cruz. Arquivo Agência Brasil) São Paulo – O ministro da Fazenda, […]

“O setor privado fica intimidado em função da situação externa”, disse o ministro durante audiência em Brasília (Foto: Antônio Cruz. Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou hoje (16) o papel do Estado na reversão do quadro de receio surgido entre o empresariado brasileiro com a situação externa desfavorável por conta da crise econômica na Europa. “O setor privado fica intimidado em função da situação externa. Observamos uma retração ou uma moderação do investimento e, neste momento, o setor público faz movimentos contracíclicos. É importante a iniciativa do governo federal e dos estados para a economia reagir”, afirmou no dia seguinte ao lançamento do Programa de Investimento em Logística – Rodovias e Ferrovias, um pacote que projeta aportes públicos e privados de R$ 133 bilhões nos próximos vinte anos.

O ministro enfatizou que o centro da iniciativa será a Parceria Público Privada (PPP), implementada em 2004 e que recentemente sofreu uma redução de tributação na tentativa de estimular os estados a assumirem compromissos em obras públicas. “A PPP vai impulsionar o setor privado a fazer os investimentos e depois o patrimônio fica com o Estado”, disse Mantega, novamente abordando uma questão que surgiu na véspera sobre as privatizações. O governo federal defende que este modelo é diferente do adotado na gestão Fernando Henrique Cardoso, quando as verbas eram voltadas basicamente ao pagamento de dívidas.

Na avaliação dele, as medidas adotadas desde janeiro, somadas ao pacote lançado ontem, serão suficientes para fazer a economia crescer a uma taxa de 5% ao ano.“No momento em que a economia está claudicante o investimento em infraestrutura é fundamental , aumenta a oferta logística de transporte, que facilita o trânsito de bens e serviços, reduzindo os custos.”

Dívidas

Mantega destacou o papel dos estados nesta tentativa de alavancar o Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, em Brasília, ele anunciou a ampliação do limite de endividamento de 17 estados para que possam investir em infraestrutura, saneamento, habitação, transporte e mobilidade urbana. O governo federal liberou mais R$ 42,2 bilhões para estas operações. “Trata-se de um impulso importante ao investimento e estas iniciativas que vão melhorar a vida do cidadão”, argumentou o ministro, acrescentando que isso só é possível porque as contas públicas brasileiras apresentam uma situação tranquila, habilitando o poder público a aumentar a participação em um momento de receio do setor privado.“A responsabilidade fiscal foi absorvida pelos estados num momento em que os europeus, por exemplo, estão aumentando sua dívida e seu descontrole fiscal”.