Dilma e Mantega veem pacote como ‘primeira fase’ e prometem novos investimentos

Em Alagoas, presidenta agradece empresários que investem e informa que fará incentivos em portos e aeroportos, além de reduzir os custos com energia elétrica

Dilma comemorou os primeiros sinais de recuperação da economia e disse estar preocupada com a competitividade da indústria (Foto: Roberto Stuckert Filho. Presidência)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeram hoje (17) novos incentivos para a indústria brasileira na esteira do pacote anunciado esta semana promovendo parcerias entre o setor público e privado na infraestrutura. Durante discurso em Marechal Deodoro (AL), Dilma informou que portos e aeroportos são o próximo alvo da ação governamental para estimular o crescimento da economia e a solução dos problemas estruturais do país. 

“Também iremos mudar o patamar de custo da energia elétrica praticado no nosso país. Como vocês têm acompanhado, nós também temos tido uma grande preocupação com a redução de tributos, e temos tido um conjunto de iniciativas para chegar a essa redução de forma, eu diria, mais horizontal”, afirmou Dilma durante a inauguração de uma nova unidade industrial de PVC. “Nós, hoje, estamos muito preocupados, no governo, com a questão do custo e da competitividade da indústria, por isso estamos fazendo uma série de atividades e programas que têm por objetivo reduzir o custo logístico do país.”

A presidenta celebrou ainda os primeiros sinais de recuperação da economia, atribuídos aos incentivos promovidos desde o último trimestre do ano passado, com corte da taxa básica de juros, investimentos em vários setores e corte de impostos. “Nosso país tem tido empresários que continuam investindo mesmo considerando o cenário internacional, e é por isso que o Brasil hoje continua sendo um dos países que mais vai crescer e que tem tido uma postura de combate à crise que se caracteriza pela ampliação do investimento.”

Ela enfatizou ainda que é importante que a nova unidade da Braskem, empresa cujos sócios majoritários são Petrobras e a Odebrecht, fique no Nordeste, região historicamente prejudicada pela concentração de aportes do setor privado em outras áreas do país. Para a presidenta, a fábrica consolida a trajetória de retomada do crescimento da indústria petroquímica iniciada no governo Lula. “Portanto, aqui nós vemos um lugar em que de forma virtuosa se combinou o crescimento econômico e a inclusão social e também a distribuição regional da renda. Porque o Brasil tinha o hábito de crescer de forma concentrada. Não crescia no Norte e no Nordeste do país.”

Crescimento

Em São Paulo, Mantega, também comemorou os primeiros sinais de que a economia voltou a encontrar um bom ritmo de crescimento. “Passamos o cabo da Boa Esperança e, no segundo semestre, estaremos com a economia crescendo mais do que no primeiro semestre”, disse a jornalistas após participar de um encontro com superintendentes do Banco do Brasil. 

“Agora começamos a colher resultados de várias ações empreeendidas pelo governo desde a metade do ano passado. Há vários dados dizendo: olha, realmente a economia voltou a aquecer, mas acho que temos de continuar tomando medidas”, acrescentou Mantega, também referindo-se a mais desonerações.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, destacou a segurança fiscal e monetária para garantir o crescimento econômico. “Os efeitos dos estímulos já introduzidos ainda não se manifestaram plenamente sobre a atividade. Mas a economia já vem parcialmente respondendo a eles, e essa resposta tende a se profundar”, afirmou. “As estimativas dos próprios participantes de mercado e dos organismos internacionais apontam para a aceleração do crescimento ao longo dos próximos trimestres. E esse cenário irá se materializar em ambiente de preços sob controle, com inflação convergindo para a meta, embora esse não seja um processo linear.”