Para trás

No primeiro semestre de ‘novo governo’, produção industrial cai. CNI vê ‘estagnação’

Atividade caiu 1,6% nos primeiros seis meses, em relação a igual período de 2018, com retração na maioria dos setores

Amanda Oliveira/GovBA
Amanda Oliveira/GovBA
Com queda de 2,2% no mês, setor de celulose e papel foi um dos que contribuíram para resultado negativo

São Paulo – A produção industrial brasileira caiu 0,6% de maio para junho, no segundo resultado negativo seguido, de acordo com pesquisa divulgada hoje (1º) pelo IBGE. No primeiro semestre de “novo” governo, a queda é de 1,6%. Em 12 meses, a atividade recua 0,8%, mostrando perda de ritmo e mantendo “trajetória predominantemente descendente iniciada em julho de 2018”, diz o instituto. Na comparação com junho do ano passado, houve retração de 5,9%.

No mês, o IBGE apurou redução nas quatro categorias econômicas e em 17 dos 26 ramos pesquisados. Destaque para produtos alimentícios (-2,1%), máquinas  e equipamentos (-6,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%), além de metalurgia (-1,7%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,8%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,2%), entre outros. O segmento de indústrias extrativas cresceu 1,4%.

Nos primeiros seis meses deste ano, os resultados negativos atingiram uma das quatro categorias, 15 dos 26 ramos, 39 dos 79 grupos e 52,3% dos 805 produtos. Indústrias extrativas caiu 13,7%, enquanto o setor de veículos automotores teve crescimento de 3,5%.

Pesquisa divulgada também nesta quinta-feira pela Confederação nacional da Indústria (CNI) apontou leve aumento, 0,3%, no faturamento de maio para junho e estabilidade no emprego. Segundo a entidade, em 12 meses, o indicador do emprego ficou sete estável, caiu em quatro e só cresceu em um. A utilização recuou 0,7 ponto percentual e atingiu 77,2% em junho.

“A pesquisa confirma o fraco desempenho da atividade”, afirma a CNI, apontando ainda leve queda (-0,1%) nas horas trabalhadas e redução tanto da massa salarial como do rendimento médio (-0,7% nos dois casos). “Com a queda de junho, a massa real de salários reverteu o crescimento verificado nos dois meses anteriores e é 0,8% menor do que a de junho do ano passado. O rendimento médio do trabalhador caiu 0,5% frente a junho de 2018.”

“A indústria encerra o semestre sem avanços em termos de atividade e emprego”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Fica evidente que, além das medidas estruturantes, de longo prazo, necessárias para um novo ciclo de crescimento, também são urgentes e críticas medidas de curto prazo para estimular a economia.”