IPCA-15 volta a subir em agosto e rompe a marca de 7% em 12 meses

Despesas com alimentação, aluguel, eletrodomésticos e vestuário pressionaram o índice

 São Paulo – Depois de desacelerar nos três meses anteriores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA), prévia da inflação oficial, voltou a subir e teve variação de 0,27% em agosto (ante 0,10% em julho e -0,05% em agosto de 2010), atingindo 7,10% no acumulado em 12 meses, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,7%). É a primeira vez em mais de seis anos que o índice supera os 7% (7,72% em junho de 2005). E foi o 12º mês seguido que o IPCA-15 mostrou taxa ascendente no acumulado em 12 meses. No ano, a taxa chega a 4,48%, também acima de igual período do ano passado (3,21%).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o resultado nesta sexta-feira (19), despesas com alimentação influenciaram a alta – o grupo alimentação e bebidas, que havia caído 0,39% em julho, subiu 0,21% este mês. O principal impacto individual, 0,04 ponto percentual, foi do item refeição em restaurante, que subiu 0,92%. “Vários alimentos que estavam em queda no mês anterior subiram em agosto. É o caso do feijão (carioca, de -0,73% para 1,21%), do arroz (de -1,29% para 0,34%) e das carnes (de -1,50% para 0,52%)”, informou o instituto.

Também pressionaram o IPCA-15 itens como aluguel residencial, que passou de 0,46% em julho para 1,06% em agosto, com destaque para as altas de Belo Horizonte (2,20%) e Brasília (2,07%). O grupo habitação passou de 0,28% para 0,32%. O IBGE também cita as taxas de eletrodomésticos (de 0,61% para 1,27%), artigos de vestuário (de 0,15% para 0,68%) e tarifas de ônibus interestaduais (de 2,97% para 4,09%).

Ainda em transportes, os preços dos combustíveis, que haviam caído 1,17%, tiveram leve alta (0,01%), com elevação menos intensa do etanol, de 1,79% para 1,54%. Já a gasolina teve queda mais leve, de -1,49% para -0,17%.

Regiões

Entre os índices regionais, o maior foi o de Brasília (0,44%), com impacto, segundo o IBGE, do aumento do aluguel e dos combustíveis (1,77%). O menor foi o de Recife (-0,17%), onde os preços dos alimentos caíram 0,66%. Em outra região metropolitana nordestina, a de Fortaleza, o IPCA-15 desacelerou, de 0,26% para 0,24%. Nas demais regiões pesquisadas, só altas: Belém (de -0,13% para 0,22%), Belo Horizonte (de 0,13% para 0,25%), Curitiba (de 0,10% para 0,24%), Goiânia (de 0,03% para 0,26%), Porto Alegre (de 0,09% para 0,18%), Rio de Janeiro (de 0,06% para 0,15%), Salvador (de 0,08% para 0,33%) e São Paulo (de 0,12% para 0,38%).

No ano, os maiores índices acumulados são os de Belo Horizonte (4,82%), São Paulo (4,81%) e Curitiba (4,80%). O menor é o de Belém (2,83%).

O IPCA-15 é calculado em nove regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia, e refere-se a famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos. Os resultados de agosto do IPCA e do INPC serão divulgados em 6 de setembro.

 

 

 

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