São Paulo – Pouco mais de um ano depois de perder sua sede, o Sarau do Binho mostra seu vigor em uma coletânea com 179 poetas que será lançada segunda-feira (8). Entre os autores estão Marcelino Freire, Helena Silvestre, Raquel Trindade, Allan da Rosa e Luan Luando. A maioria é formada por ex-frequentadores assíduos do bar “que não era bar” no Campo Limpo, na periferia da zona sul de São Paulo, fechado no final de maio de 2012 pela prefeitura, por falta de alvará de funcionamento.

Espaço cultural efervescente, abrigava além dos saraus, shows, apresentações teatrais e debates sobre temas políticos da atualidade como a questão indígena, o agronegócio, o direito à cidade – e não vendia Coca-Cola. Ali, formação de base e poesia tinham o mesmo espaço.

Cerca de 250 dos mil exemplares serão distribuídos para colaboradores da campanha que arrecadou, via Catarse, um site de financiamento colaborativo, recursos para pagar as multas do bar com o poder público, que chegaram a R$ 10 mil.

Além de ser o sustento de Robson Padial, o Binho, o bar também garantia recursos para o pagamento do aluguel de outro espaço cultural mantido na região pelo agitador cultural, a Brechoteca, uma biblioteca com 3 mil livros infantis e infanto-juvenis. “O fechamento do bar deixou a gente um pouco perdido durante um tempo. Mas depois se reencontrou. O dinheiro do Catarse ajudou muito”, afirma.

Atualmente, os saraus ocorrem mensalmente em praças e bibliotecas do Campo Limpo e todas as segundas-feiras no Espaço Clarió, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. A sede do grupo teatral homônimo será o local do lançamento da coletânea, a partir das 21h. Os organizadores prometem uma bela festa repleta de música e poesia.

Serviço:
Espaço Clarió – Rua Santa Luzia, 96 – Vila Santa Luzia, Taboão da Serra – SP
Segunda-Feira (8), às 21h
Contato: (11) 4701-8401/99621-6892