Neste domingo

São João da inclusão

Festa junina propõe integração entre brasileiros e refugiados

divulgação

Participantes da festa em Alphaville serão voluntários

Dados Secretaria Nacional de Justiça apontam que há 4.250 refugiados de mais de 70 nacionalidades instalados no Brasil. São pessoas que foram obrigadas a deixar seus países porque tiveram, de alguma forma, suas vidas ameaçadas por perseguições, conflitos armados, violência generalizada, enfim, por terem seus direitos humanos violados.

Quando eles chegam ao novo país, geralmente não falam a língua nem conhecem os códigos culturais locais e, até que consigam documentos que comprovem seu status de refugiados, não têm sequer o direito de trabalhar. Ou seja, ficam à margem da sociedade no que se refere ao acesso formal à renda e à integração social.

Pensando em como ajudar esses recém-chegados no longo percurso da inserção social, o Instituto de Reintegração do Refugiado – Brasil (Adus) e a rede social de ONGs Atados vão realizar amanhã (16) uma festa junina para apresentar a cerca de 100 refugiados atendidos pela Casa do Migrante comidas uma das mais tradicionais comemorações brasileiras: o São Joã

A festa One Love Junino celebra também o Dia Mundial do Refugiado, comemorado em 20 de junho. “A gente sabe como é o dia a dia deles. Eles tinham instrução e trabalho no próprio país, mas chegam ao Brasil sem lenço e sem documento. Eles têm que aprender a cultura e a língua. Nesta festa junina, a gente vai apresentar tudo isso: quadrilha, samba, forró, campeonato de futebol, churrasco, oficinas de dança e pipa, além da interação entre os brasileiros e os refugiados para que se conheçam e que cada um aprenda com a cultura do outro”, afirma Luis Henrique Madaleno, um dos criadores da Atados, que é uma rede social que faz a “ponte” entre instituições sociais e pessoas que querem fazer voluntariado.

O poder do encontro

O objetivo do evento é promover a solidariedade e acabar com o preconceito que esses estrangeiros sofrem. “Somos acreditadores do poder do encontro, pretendemos, em vez de excluir, integrar. Dito isso, pra uma celebração ser digna do dia 20 de junho deve aceitar uma abordagem olho no olho: encarando os diferentes como iguais, abraçando a diversidade. Assim, os diferentes se sentirão parte do todo (que já é de todos)”, propõe o convite da Adus.

A festa é aberta mas, além de levar um quitute junino e uma bebida, é preciso estar disposto a ser voluntário: há vagas para animadores, decoradores, professores de dança, fotógrafos e cinegrafistas, maquiadores, churrasqueiros e até para quem pode dar carona. Todos os convidados – mesmo os que não farão um trabalho específico na organização da festa – serão considerados como voluntários porque também participarão da socialização com os refugiados.

Até quinta-feira (13), cerca de 100 pessoas haviam se candidatado. Para fazer parte da festa é preciso se cadastrar no site da Atados (www.atados.com.br) e enviar um e-mail com nome e telefone para [email protected] com o título Festa – Dia dos Refugiados e o nome da vaga do trabalho voluntário.

Como o sítio onde a festa será realizada fica a 35 quilômetros de São Paulo, o ponto de encontro e a organização das caronas será às 7h45 em frente à Casa do Migrante, no Centro de São Paulo, de onde todos sairão juntos em direção à Estrada dos Romeiras, na altura do km 67,5, em Alphaville.

Serviço

Festa junina dos refugiados – One Love Junino

Quando: amanhã (16), das 9h às 17h

Onde: encontro às 7h45 na Rua Almirante Mauriti, 70, na Sé, rumo ao Km 67,5 da Estrada dos Romeiros, em Alphaville

O que levar: um prato típico de festa junina e um suco (ou refrigerante)

Mais informações: www.atados.com.br/refugiados ou com Luis Henrique

Madaleno – (11) 97088-5738/ [email protected]