São Paulo – A dupla sueca de pop-rock Roxette encerrou, na noite de terça-feira (19), uma série de três apresentações na casa noturna paulistana Credicard Hall. Com o espaço completamente lotado, Marie Fredriksson e Per Gessle tocaram praticamente todos os hits esperados pelos fãs, em quase duas horas de show, mas o som não ajudou em muitos momentos e a voz da vocalista falhou em outros. Porém, muito simpática, ela encantou o público ao aparecer no bis usando a camisa da seleção brasileira de futebol. Um dos músicos de apoio também fez um memorável solo de “Trem das Onze”, do Adoniran Barbosa. Além de São Paulo, a dupla também se apresentou em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Com apenas 15 minutos de atraso, o show começou com o sucesso “Dressed for Success”, de 1989. A partir daí, vieram os hits indispensáveis “Sleeping in My Car”, “It Must Have Been Love”, “How Do You Do”, “The Big L”, “Fading Like a Flower”, “Just Afternoon”, “Dangerous”. Do recém-lançado álbum “Charm School”, fizeram parte do set list “Way Out”, “Only When I Dream”, “She’s Got Nothing On (But The Radio)”. Elas foram suficientes para demonstrar que a dupla continua muito ativa e capaz de realizar mais canções pop de fácil memorização e que capazes de agradar com facilidade o público mais diverso. Foi justamente o que se viu no público.

Enquanto a maioiria de meninas com cerca de 20 anos tirava inúmeras fotos com suas câmeras digitais e telefones celulares, um rapaz, na casa dos 30 anos, comentava feliz, entre uma música e outra, o fato de ter comprado os discos da dupla na época em que foram lançados, assim como de outros astros do mesmo período, como Sigue Sigue Sputnik. Claro que ele pulou sem parar no bis, que ficou por conta de “Joyride”, “Spending My Time”, “The Look” e “Listen To Your Heart”. A última canção foi “Church of Your Heart”, do album “Joyride”, de 1992.

Utilizando calça, camiseta e jaqueta preta, Marie Fredriksson provou ter excelente movimentação de palco, interagindo bastante com a plateia, mas em alguns momentos sua voz chegou a falhar. Já Per Gessle demonstrou mais uma vez porque, além de segurar a bronca como vocalista, é um exímio guitarrista. Num cenário bem simples, que mesclou dois imensos painéis – um com temática floral e outro com um retrato colorido da dupla –, a banda de apoio, com duas backing vocals, mais um guitarrista, um tecladista e um baterista, também mostrou muita eficiência.

Porém, quem estava nas laterais do palco, sentiu nitidamente a deficiência da acústica do Credicard Hall, com um som bem abafado. Independente disso, a apresentação do Roxette ficará na memória de quem cresceu ouvindo dezenas de hits pop que a dupla emplacou nas rádios e que embalaram vários romances.