Luiz Gonzaga é tema de mostra no MIS do Ceará

Evento sobre o 'Rei do Baião' fica em cartaz durante todo este mês

São Paulo – Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 1912 em Exu, região de conflitos entre famílias no sertão de Pernambuco, chegou ao Rio de Janeiro no final dos anos 1930 e passou a tocar em todo tipo de cabaré até descobrir o sucesso no rádio, vestindo roupa de vaqueiro nordestino ou de cangaceiro. Na década de 1940, emplacou uma música atrás da outra, como Asa Branca (sua música mais conhecida), Baião,Juazeiro,Mangaritba e Meu Pé de Serra. Nesse período, ganhou o título de “Rei do Baião”. Morreu em 1989, deixando herdeiros musicais. Gonzagão, como também era conhecido, será tema de exposição aberta nesta quinta-feira (7) no Museu de Imagem do Som (MIS) do Ceará, em Fortaleza. O evento vai até o final do mês.

Segundo o diretor do MIS, o pesquisador e historiador Nirez de Azevedo, o objetivo é mostrar a versatilidade do músico. “O Luiz Gonzaga foi um artista quase completo, mas só conhecem o forrozeiro e o criador do baião”, afirma. “Nós queremos criar nas pessoas a consciência de que o Gonzagão não foi só um sanfoneiro e sim um homem inteiramente eclético.” Segundo ele, quem for à exposição poderá conhecer outras faces do artista – Luiz Gonzaga carnavelesco, chorão e tocador de valsa, por exemplo.

Ele também criou, em 1971, a Missa do Vaqueiro, em homenagem a Raimundo Jacó, assassinado nos anos 1950 (leia mais na edição 60 da Revista do Brasil). Antes, compôs (com Nelson Barbalho) A Morte do Vaqueiro, cujos versos iniciam diziam: “Numa tarde bem tristonha / Gado muge sem parar / Lamentando seu vaqueiro / Que não vem mais aboiar”. Em Vozes da Seca (parceria com Zé Dantas), amplificou um protesto: “Seu doutor, os nordestinos / Têm muita gratidão / Pelo auxílio dos sulistas / Nesta seca do sertão / Mas, doutor, uma esmola / A um homem que é são / Ou lhe mata de vergonha / Ou vicia o cidadão”.

 Com informações do Ministério da Cultura, da Secretaria da Cultura do Ceará e do MIS

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