Culpa atormenta amantes em ‘Que Mais Posso Querer’

Atriz Alba Rohrwacher no Festival de Veneza, em setembro de 2010. Seu filme “Que Mais Posso Querer” estreia em São Paulo neste final de semana, no CineSesc (Foto: Tony Gentile/ […]

Atriz Alba Rohrwacher no Festival de Veneza, em setembro de 2010. Seu filme “Que Mais Posso Querer” estreia em São Paulo neste final de semana, no CineSesc (Foto: Tony Gentile/ Reuters)

São Paulo – Diretor do sucesso “Pão e Tulipas”(2000), o italiano Silvio Soldini assina um drama sóbrio sobre adultério no novo filme, “Que Mais Posso Querer”, estrelado por Alba Rohrwacher, a atriz mais requisitada do cinema italiano atual. O filme estreia apenas em São Paulo, no CineSesc.

Ambientada em Milão, a história situa sua protagonista, Anna (Alba Rohrwacher, de “Meu Irmão é Filho Único”), no auge de uma crise pessoal. Mulher entrada nos 30 anos, com carreira estável numa seguradora, ela se sente pressionada para engravidar – pela família, pelo companheiro Alessio (Giuseppe Battiston) e até pelo próprio relógio biológico. Mas alguma coisa parece estar fora da ordem.

O encontro por acaso com Domenico (Pierfrancesco Favino), empregado de um bufê, desencadeia uma paixão violenta e incômoda tanto para ele, quanto para Anna. Os dois são casados. E Domenico tem dois filhos pequenos, o que o enche de culpa e cobranças da própria consciência e da mulher ciumenta, Miriam (Teresa Saponangelo).

Dividindo os créditos do roteiro com sua habitual colaboradora, Doriana Leondeff, e Angelo Carbone, Soldini retrata seus protagonistas e sua situação com extremo realismo.

Se, por um lado, compõe cenas de sexo bastante francas, isso não significa que o filme romanceie demais a paixão dos dois. Sempre se faz um contraponto com os dilemas que devem contornar para encontrar-se, com grande desgaste emocional.

Uma questão que percorre todo o filme, evidente desde o título amargamente irônico, é uma espécie de insatisfação existencial da própria classe média em seu contexto.

As duas famílias têm algum conforto material, mas sempre se coloca em dúvida se isto é, realmente, o máximo a que alguém pode aspirar – ter uma casa, um trabalho, uma família. Será que o coração não espera algo mais? Soldini acha que sim. E recoloca na ordem do dia o mal-estar da civilização de que falava Sigmund Freud.

Veja o trailer do filme:


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Fonte: Reuters