São Paulo – A cidade de São Paulo abre nesta sexta-feira (10), oficialmente, o pré-carnaval 2023. Mais de 170 blocos tomam as ruas de todas as regiões da capital neste fim de semana. Entre eles, alguns dos chamados “megablocos”, que reúnem o maior número de foliões. Destaque para o Acadêmicos do Baixo Augusta, que desfila no domingo (12), às 14h, na rua da Consolação, no centro. Também o Bicho Maluco Beleza, com Alceu Valença, amanhã (11), às 13h, em frente ao Obelisco e ao Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, zona sul. A prefeitura prepara um esquema especial com Unidades Móveis de Direitos Humanos para eventuais vítimas de violações durante a festa.

O bloco que iniciou a festa deste ano foi O Pinto do Visconde, que saiu às 17h da rua Caetano Pinto, no Brás, região central. O cortejo organizado pela CUT-SP desfila desde 2009 sambas e marchinhas bem humoradas sempre com um tom contestador e crítico. O nome do bloco faz referência à esquina da rua de desfile com a Visconde de Parnaíba.

“Neste ano a nossa festividade traz também esperança já que conseguimos eleger um presidente que se dispõe ao diálogo e defende a democracia. Ao passo que derrotamos um governo que simbolizava o ódio, o racismo e a violência em suas mais diversas formas. São muitos os desafios que temos pela frente em São Paulo, mas nosso bloco, no carnaval e fora dele, seguirá nas ruas para evitar o retrocesso”, comenta o presidente da entidade, Douglas Izzo.

Carnaval e democracia

Até o dia 26, último dia do carnaval oficial de São Paulo, mais de 500 blocos devem ter levado mais de 15 milhões à folia. O Acadêmicos do Baixo Augusta é um dos que mais arrastam público. Em 2020, por exemplo, o bloco reuniu mais de 1 milhão de pessoas para cantar o tema Viva a Resistência. “O bloco mantém há anos uma veia ativista misturada com o Carnaval. Conhecido por sua postura diante da necessidade de lutar pelo direito ao lazer e a ocupação das ruas, este ano desfila sob o tema ‘Atentos e Fortes'”, informa a organização.

Apesar de derrotado o golpismo nas urnas no fim do ano passado, o Baixo Augusta leva a consciência de que as ameaças não acabaram. “Com isto, reitera a necessidade de permanecer lutando frente às ameaças do golpismo fascista. Em defesa da democracia, cultura, paz e diversidade, reforçando que a maior festa de expressão da cultura popular brasileira é também um ato político.” O desfile contará, como de costume, com a rainha Alessandra Negrini, o porta-estandarte Marcelo Rubens Paiva, a madrinha Tulipa Ruiz e o muso e musa Walério Araújo e Márcia Dailyn.

Bloquinhos e blocões

Os paulistanos devem comparecer em peso aos blocos neste ano, primeiramente, porque será o primeiro em larga escala após três anos de pandemia de covid-19. Apesar da doença ainda apresentar riscos, o avanço da vacinação permitirá a realização do carnaval. Autoridades destacam, contudo, que é essencial todos estarem vacinados com as doses de reforço de acordo com a idade dos foliões.

Após três anos, o Monobloco voltará a ocupar as ruas de São Paulo. O cortejo comandado por Pedro Luiz e 200 ritmistas conduzidos pelo Maestro Celso desfila no domingo às 12h no Ibirapuera. O bloco reforçará outro importante cortejo da cidade, o Bloco da Maria, da cantora Maria Rita, programado para o mesmo local, às 11h.

No sábado, o bloco Estado de Folia, do cantor e compositor Chico César, abre alas por volta do meio-dia para o tradicional Bicho Maluco Beleza, do artista Alceu Valença, que desfila a partir das 13h. O local é o mesmo do Monobloco: a avenida Pedro Álvares Cabral, entre o Obelisco e o Monumento às Bandeiras.

Contudo, para quem prefere bloquinhos relativamente menores, não faltam opções. O carnaval da diversidade contará, neste fim de semana, com cortejos para as crianças, como o Sainha de Chita, às 10h, na Lapa, zona oeste; para os comunistas, o Acadêmicos da Ursal, 11h, na Sé, centro; para os cinéfilos, o Fabuloso Bloco Amelie Pulando, às 14h em Pinheiros, também zona oeste; para os responsáveis (ou fãs de Angélica), o Vou de Táxi, 13h em Perdizes; e muitos outros. A programação completa está disponível no site especial da prefeitura.

Atenção especial

Com a presença da população nas ruas, a prefeitura prepara uma força-tarefa para combater assédio, abuso sexual, discriminação, racismo e LGBTfobia. O Ônibus Lilás, unidade da Coordenação de Políticas para as Mulheres, prestará atendimento, das 10h às 18h, na Praça da República, no centro da cidade. Já em diferentes blocos, equipes especializadas compostas por psicólogas, assistentes sociais e advogadas com experiência em atendimento a vítimas de violência estarão à disposição.

Nestes sábado e domingo, durante o pré-carnaval, as quatro unidades LGBTI+ estarão nas quatro regiões da cidade, para atender seu público e também prestar socorro às vítimas de discriminação e violência, racismo e qualquer outra forma de violação de direitos humanos. O atendimento incluirá informações e orientações, e caso seja desejo da vítima, encaminhamento para a delegacia de polícia e/ou pronto-socorro mais próximos. Há ainda a possibilidade de registrar nas vans boletins de ocorrência online. 

Serviço

Localização das unidades móveis, sábado e domingo (11 e 12)

• Circuito Central – Praça da república (Ônibus Lilás)
• Circuito Ibirapuera – Obelisco (Van LGBTI)
• Circuito Henrique Schaumann – Av. Henrique Schaumann, 414 (Van LGBTI)
• Circuito Largo da Matriz – Largo da Matriz Velha – Freguesia do Ó (Van LGBTI)
• Circuito Marquês – Av. Marquês de São Vicente, 235 – Barra Funda (Van LGBTI)