Memória

Manoel de Oliveira, 106 anos, fez cinema até o último dia

Diretor português morreu hoje em casa, após sofrer parada cardíaca

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‘Singularidades de Uma Rapariga Loira’, entre os filmes que marcaram a obra e a vida de Manoel de Oliveira

São Paulo – De documentários na década de 1930 ao curta O Velho do Restelo (2014, baseado em episódios de Os Lusíadas), seu último trabalho, Manoel de Oliveira morreu hoje (2), aos 106 anos, ainda na ativa – aos 100, por exemplo, filmava Singularidades de uma Rapariga Loira. O diretor português teve uma parada cardíaca em casa, na cidade do Porto, onde nasceu.

O jornal Público destacou um artigo de 2000 em que Oliveira comentava as dificuldades de seus colegas para fizer cinema em Portugal. “Eles, como eu, sempre viveram na precariedade e na insegurança, (…) e sem nunca sabermos se não estaremos a fazer o nosso último filme. Eles, como eu, só temos um desejo: todos ambicionamos morrer a fazer filmes.”

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Manoel de Oliveira, em foto de 1991

Em O Convento (1995), Oliveira dirigiu Catherine Deneuve e John Malkovich. Dois anos depois, Marcelo Mastroianni atuava em Viagem ao Princípio do Mundo. Outro filme de destaque foi A Divina Comédia, de 1991, com Maria de Medeiros. Também figuram entre as principais obras do cineasta português A Carta (1999), Um Filme Falado (2003) e O Estranho Caso de Angélica (2010).