Cinema

‘Um Sonho Intenso’ debate desenvolvimento socioeconômico desde 1930

Antes de estrear nos cinemas, documentário de José Mariani será exibido em universidades de São Paulo, São Bernardo do Campo e Osasco

Divulgação

“Nós fomos o único país que, na crise de 2009, não tivemos desemprego”, declara Maria da Conceição Tavares

Rio de Janeiro – Depois de ter feito O Longo Amanhecer – Cinebiografia de Celso Furtado, em 2007, o cineasta José Mariani lança agora outro documentário que discute o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Antes de chegar às salas de cinema, Um Sonho Intenso, terá, neste julho, uma série de exibições em universidades e centros culturais. O circuito começa na Unifesp, no Campus de Osasco, nesta segunda-feira (14), às 18h, segue para a Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, na terça (15), às 19h, e passa pela Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, na quinta (17), às 16h.

O longa-metragem traz uma série de entrevistas com intelectuais, economistas, historiadores e sociólogos, entre eles Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa, Celso Amorim, Luiz Gonzaga Belluzzo, João Manuel Cardoso de Melo, entre outros. “Este documentário, de certa forma, é um desdobramento daquele sobre Celso Furtado. Só que, desta vez, o protagonista é o processo, uma visão de história que inclui a história social, cultural, econômica, uma forma de ver a economia de modo orgânico”, afirma Mariani.

Não se trata, portanto, de um filme de entretenimento e sim de uma obra de reflexão densa sobre a história econômica do país desde 1930. Os entrevistados traçam um panorama que põe lado a lado os problemas econômicos, políticos e sociais brasileiros com os avanços obtidos nos últimos anos, sem deixar de questionar que tipo de sociedade o país quer de fato.

Um dos principais entrevistados é o economista e ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, que abre e conduz o filme. Para ele, as privatizações feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) “acabaram com o projeto de soberania nacional”. Maria da Conceição Tavares também tem papel fundamental no longa-metragem. “O Darcy Ribeiro escreveu, nessa altura, que o Brasil iria ser uma democracia original dos trópicos. Eu realmente acreditei. Até hoje, estamos esperando o ‘original’, mas está vindo, viu?”, alerta a economista.

Ela também reforça a importância da política de criação de emprego durante o governo Lula. “Quando ele disse, na eleição, que iria criar 10 milhões de empregos, o pessoal galhofou. Foi o que ele criou: 10 milhões de empregos. Nem mais nem menos. Nós fomos o único país que, na crise de 2009, não tivemos desemprego”, argumenta Maria da Conceição Tavares, no filme.

Luiz Gonzaga Belluzzo confirma: “O Lula manteve a construção institucional que, no Brasil, veio da hiperinflação para cá. É um longo processo de reconstrução, do qual o Fernando Henrique também participou. Eu digo que o que Lula fez foi, na verdade, ter a sabedoria de aproveitar o momento de bons ventos da economia brasileira e deu um destino correto para as políticas sociais. E teve a felicidade de fazer aquilo que todos nós queríamos, que é puxar os debaixo para cima.”

A programação de exibições pode ser conferida na página oficial do filme ou no Facebook.

Ficha técnica Um Sonho Intenso
Direção: José Mariani
Direção de fotografia: Guy Gonçalves, ABC
Música: Aluísio Didier
Pesquisa de imagens: Antônio Venâncio
Consultor de roteiro: Ricardo Bielschowsky

Exibições
Quando: segunda-feira, 14/07, às 18h
Onde: Auditório Unifesp, Campus de Osasco
Rua Angélica, 100, Osasco (SP)
Quanto: grátis

Quando: terça-feira, 15/07, às 19h
Onde: Universidade Federal do ABC, Campus São Bernardo do Campo
Avenida São Paulo, 600, Jd. Antares, Bloco Beta, auditório 001, SBC (SP)
Quanto: grátis

Quando: quinta-feira, 17/07, às 16h
Onde: Fundação Perseu Abramo
Rua Francisco Cruz, 234, Vila Mariana, São Paulo (SP)
Quanto: grátis