UGT pressiona Kassab para evitar fechamento de shopping de luxo na região central de São Paulo

Central sindical afirma que 3 mil trabalhadores seriam prejudicados se prefeitura lacrar conjunto comercial em função de irregularidades e sugere punições pecuniárias

São Paulo – Dirigentes da União Geral dos Trabalhadores (UGT) se reuniram hoje (4) com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para discutir a situação dos funcionários do Shopping Pátio Higienópolis, no bairro de mesmo nome, na região central. O estabelecimento tem até o dia 27 para regularizar seu estacionamento – caso contrário, a prefeitura promete fechá-lo. “As denúncias mostraram procedência. O estabelecimento estava irregular. E se estava irregular é evidente que as penalidades têm de ser aplicadas”, afirmou Kassab na sede da UGT – cujo presidente, Ricardo Patah, é filiado ao mesmo partido do prefeito (PSD).

O shopping é um dos beneficiados do esquema de Hussain Aref Saab, ex-chefe do Aprov, órgão da prefeitura responsável pela liberação de grandes obras. Aref cobrava propinas para libertar empreendimentos sem que eles cumprissem todos os parâmetros exigidos. No caso do Higienópolis, a irregularidade está no número insuficiente de vagas de estacionamento. O Diário Oficial da Cidade publicou hoje (4) decreto da Supervisão Técnica de Uso do Solo e Licenciamentos da Subprefeitura da Sé com a cassação da licença. 

“Entendemos que o shopping tenha que ser punido. Mas essa punição não pode atingir os trabalhadores”, afirma Eduardo Pavão, assessor da presidência da UGT. “A sugestão é que se apliquem punições pecuniárias ou outras que não resultem no fechamento do shopping e que se busque uma saída negociada para o cumprimento das normas”. 

Segundo a UGT, 3 mil trabalhadores diretos serão atingidos caso a prefeitura leve a cabo a ideia de lacrar as portas do centro comercial. “O shopping errou e merece ser punido, o que não pode é que os trabalhadores sejam punidos junto”, enfatiza Pavão.