Privatização é a responsável pela demora na volta da energia

O restabelecimento da energia elétrica foi lento. Essa é uma das constatações do operador de hidrelétrica Wilson Marques de Almeida, secretário de Finanças da Federação Nacional dos Urbanitários. A partir […]

O restabelecimento da energia elétrica foi lento. Essa é uma das constatações do operador de hidrelétrica Wilson Marques de Almeida, secretário de Finanças da Federação Nacional dos Urbanitários. A partir daí, ele aponta a falta de estrutura nos locais de trabalho como uma dos responsáveis pela demora. O ponto central, está a privatização do sistema.

Enquanto caminhava em Brasília, durante a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, Almeida explicou que há falta de funcionários em vários subestações. “Antes, tínhamos um quadro de (funcionários disponíveis) 24 horas, com até sete operadores em alguns locais por turno. Agora são dois. Isso pode ter contribuído para que o sistema não voltasse rapidamente”, explica.

De acordo com números da Federação, apenas a privatização da transmissão de energia em São Paulo, ocorrida em 2005, reduziu de 3.200 para 900 funcionários na Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep). “Há uma diminuição da manutenção preventiva e aumento da terceirização. Há casos também de quarteirização. Isso tudo é fruto da privatização”, analisa Almeida.

De acordo com o sindicalista, todas as partes do sistema elétrico precisam estar aptas para que se possa voltar à normalidade. “Uma estação que demora prejudica todo o sistema”, afirma. Assim, mesmo que um eventual problema localizado fosse sanado, a energia só seria restabelecida depois de haver garantia de que todas as linhas e subestações retomassem as condições normais.