São Paulo – Cerca de 40 famílias da Favela da Estação, na Vila Prudente, zona leste de São Paulo, foram surpreendidas na manhã desta terça-feira (14), por caminhões, tratores e policiais que removeram móveis e pessoas sem aviso prévio. A denúncia partiu do movimento por moradia da zona leste da capital paulista.

De acordo com José Luís Braga, líder do movimento por moradia na região, o maior problema foi a retirada sem as famílias estarem preparadas. “Nunca defendemos ocupação de áreas de risco, mas condenamos o modo arbitrário como a prefeitura de São Paulo age”, critica Braga.

Sem saber que seriam retirados, os moradores, principalmente idosos e crianças, ficaram muito assustados com a presença de policiais e guardas civis metropolitanos. “As crianças que chegavam da escola e viam suas casas destruídas, entravam em desespero”, descreve o militante.

No período da tarde, em reunião na subprefeitura de Vila Prudente, o chefe de gabinete do órgão teria argumentado que um decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM) autoriza retirada de pessoas em área de risco, sem notificação prévia.

“Eles chegaram com truculência e retiraram tudo de qualquer jeito. Quem estava trabalhando à noite, chegou pela manhã e encontrou tudo no chão”, cita Braga.

Um morador do local chegou a ser preso por reagir à retirada da mãe idosa da casa que ocupavam.

Até às 16 horas, a maior parte das famílias permanecia no local, sem alimentação e sem saber para onde ir.  “Todo mundo ficou sem destino, quem pode foi para casa de familiares”, alega Braga. “No final da tarde, a prefeitura ofereceu abrigo no [bairro do] Bom Retiro”, informou o militante.

Em contato com a subprefeitura de Vila Prudente, a assessoria de imprensa prometeu encaminhar esclarecimentos sobre o caso na quinta-feira (16).