São Paulo – O prefeito de Teresina, Elmano Férrer (PTB), promete se reunir com líderes do movimento que protesta desde o dia 2 na capital piauiense contra a majoração que elevou a tarifa de ônibus da cidade para R$ 2,10. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) da cidade. A data, porém, ainda não foi definida.

Na pauta de reivindicações entregue pelos estudantes ao prefeito, a principal cláusula diz respeito à redução da passagem para R$ 1,90, valor cobrado antes do aumento.  Os estudantes pressionam também pela ampliação da rede de integração do transporte público da capital, e a manutenção da gratuidade da segunda passagem. A Prefeitura reafirma que o prazo para gratuidade acaba em seis meses.

A possibilidade de diálogo decorre da pressão feita pelo Ministério Público do Piauí, que quer do Executivo o atendimento das reivindicações. Uma comissão formada por integrantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi criada para tentar a negociação.

Desde que os protestos se iniciaram, diversos confrontos violentos foram documentados. A Polícia Militar fez uso de balas de borracha e bomba de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que fecharam várias vezes a avenida Frei Serafim, uma das principais vias da capital. Dezessete jovens foram presos na semana passada, sob acusação de desobediência, incitação à violência e atentado contra o transporte público. Eles foram soltos após habeas corpus serem impetrados e responderão ao processo em liberdade.

Segundo representantes do movimento, a tendência é que as manifestações pontuais continuem até que o diálogo com o prefeito aconteça. Circula no centro de Teresina um abaixo-assinado, que pede anistia dos estudantes presos, uma ação civil pública pedindo nova licitação para ampliar o sistema de transporte público e a criação de um Conselho Permanente de Transporte.