Mortos pela chuva no Rio chegam a mais de 420

Ruas e edifícios foram destruídos pela enxurrada em Teresópolis (Foto: Vladimir Platonow/Abr) São Paulo –  O estado do Rio de Janeiro tem o maior número de vítimas das chuvas que […]

Ruas e edifícios foram destruídos pela enxurrada em Teresópolis (Foto: Vladimir Platonow/Abr)

São Paulo –  O estado do Rio de Janeiro tem o maior número de vítimas das chuvas que castigam parte da região sudeste do país. No total, até as 18h10 desta quinta-feira (13), 420 pessoas haviam morrido no estado.

Apenas em Teresópolis, a Defesa Civil contabilizava 175 mortes até a manhã desta quinta-feira (13). A cidade registra ainda 1.250 desabrigados e 960 desalojados, 200 feridos e 200 atendimentos de emergência.

Os outros dois municípios da região serrana fortemente afetados pelas chuvas, Petrópolis e Nova Friburgo, registram respectivamente 39 e 187 mortos, além das 17 de Sumidouro. O estado de São Paulo tem outras 14 mortes confirmadas desde a madrugada de terça. 

O volume de chuva está bem acima do esperado, especialmente no caso fluminense. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 12 dias já choveu em Nova Friburgo mais que a totalidade do esperado para o mês. Em 24 horas foram 182 milímetros, praticamente a média histórica de janeiro.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, estava em férias com a família fora do país e deve retornar para verificar os estragos na região. Enquanto isso, Cabral tenta acertar com a presidente Dilma Rousseff as medidas que serão adotadas em caráter emergencial.

O governador solicitou à Marinha que aeronaves fossem  colocadas à disposição para o deslocamento das tropas e equipamentos para a região, uma vez que a principal estrada de acesso a Teresópolis foi interrompida por diversas quedas de barreiras. 

“O quadro é triste e desesperador”, avaliou o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que foi à área serrana para prestar apoio e solidariedade aos moradores. Ele sobrevoou as cidades para acompanhar de perto os estragos provocados pela chuva.

A presidente telefonou nesta quarta aos governadores do Rio e de São Paulo para oferecer apoio. Os ministérios da Integração Nacional, Saúde, Defesa e Desenvolvimento Social colocaram-se à disposição para a ajuda necessária. O governo vai editar uma medida provisória liberando R$ 700 milhões para os estados afetados pela chuva. Nesta quinta, Dilma irá sobrevoar os munícipios do Rio.

Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito da capital, Gilberto Kassab, culparam o volume de água, considerado excepcional, pelos problemas. “Não é possível fazer obra em 24 horas”, afirmou o governador, do PSDB, partido que governa o estado há 16 anos. Foi anunciada a remoção de 4,1 milhão de metros cúbicos de resíduos do Rio Tietê, mas a operação será concluída apenas no fim do ano, sem contemplar as chuvas do verão corrente.

“É impossível qualquer administrador do mundo prometer que qualquer intervenção vai liberar a região de um alagamento”, ponderou, cauteloso, Alckmin. Em 2006, no entanto, placas na Marginal do Rio Tietê, na capital paulista, anunciavam que a região estava para sempre livre de inundações – de lá pra cá, foram cinco episódios de relevo. 

“Se a qualquer momento chover mais que a capacidade de investimentos é evidente que haverá alagamentos”, complementou Kassab. Em 2010, o prefeito não utilizou todos os recursos previstos para a prevenção do problema. Ex-presidente da CPI das Enchentes na Câmara Municipal paulista, o vereador Adilson Amadeu (PTB) acusa falta de vontade política para solucionar a questão. “Eu solicitei ao prefeito que destacasse ao menos um engenheiro, um técnico, que me acompanhasse nos trabalhos. Ele não mandou nenhum, nunca quis saber, ignorou completamente.”

Doações

A Caixa Econômica Federal e o Bradesco anunciaram a abertura de contas correntes para receber doações em solidariedade às vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro.

A conta aberta pela Caixa está em nome da Defesa Civil do Rio de Janeiro. Os depósitos devem ser feitos na agência 0199, conta 2011-0 e para a operação 006. Já a conta aberta pelo Bradesco é em nome do Fundo Estadual de Assistência Social. A agência para os depósitos é a de número 6570-6 e a conta é 2011-7.

Com informações da Reuters